De 10 a 14 de dezembro, na Escola Secundária de Vila Verde, a escola não se encerra na sala de aula. Este é o primeiro de dois momentos, um no 1.º período letivo e outro no 3.º período letivo. Não se acrescentam aulas, não se retiram aulas, a escola não para! Reorganiza-se, redefine-se reorienta-se…
As portas das salas estarão abertas para permitir a incorporação em projetos, atividades, palestras, observações de aulas, aulas bilingues e exposições dinamizadas por alunos das turmas de 7.º e 10.ºanos e, essencialmente para partilhar a fase inicial deste projeto. Os alunos e professores que não estão diretamente implicados nesta construção são convidados a interagir e a visitar outras turmas.
Ao longo destes dias apropriados dos seus curricula, professores e alunos articulam os conteúdos das diversas disciplinas com temas aglutinadores, numa lógica interdisciplinar/transdisciplinar. Pretende-se assim levar a escola a viver os momentos de Flexibilidade Curricular sob a forma de Domínios de Autonomia Curricular (DAC), com a valorização da partilha dos diversos conteúdos, numa quebra de lógica estanque, partida, espartilhada, pela perceção de que as novas formas de conhecimento integram as aprendizagens adquiridas noutras áreas de competência, apropriando-se delas, fundindo-se e justapondo-se com as suas necessidades.
Os temas a bordar assentam em dois grandes pilares, os Direitos Humanos e a elaboração de um projeto final “Casa Sustentável”. Este último projeto assenta nas premissas daquilo que foi uma construção coletiva, a elaboração de um programa, no âmbito do currículo local “Vila Verde do Tangível ao intangível”.
Com esta atividade não se pretendem atitudes disruptivas com um currículo tendencialmente académico, uniforme e fragmentado, pretende-se consolidar aprendizagens, desenvolver competências de nível mais elevado, promover novas dinâmicas e novas metodologias de trabalho de projeto. Pretende-se convergência e divergência, convergência para temas aglutinadores e divergência dos modelos formais em sala de aula.
Os professores envolveram-se nesta alteração de uma práxis, convictamente uns, inseguros outros, percebendo, no entanto, que não se trata de uma revolução coletiva, mas sim de uma construção coletiva na procura daquilo que se espera para o aluno do século XXI.
Na nossa escola, nesta mudança que se quer fazer com TODOS, a mudança começa esta semana!
TEXTO: João Graça (Director da Escola Secundária de Vila Verde)