Testemunhos da 2ª Guerra Mundial são o mote para duas conferências, que têm lugar nos próximos dias 19 e 20, no Museu D. Diogo de Sousa, em Braga, subordinadas ao tema ‘Testemunhos da 2ª Guerra Mundial, de Aristides Sousa Mendes a Gerd Klestat, sobrevivente de Campo de Concentração’.
No dia 19, às 18 horas, a conferência tem como tema Aristides Sousa Mendes, com a presença de Luísa Pacheco Marques, arquitecta do museu ‘Vilar Formoso – Fronteira da Paz’, um memorial aos refugiados da II Guerra Mundial e ao cônsul Aristides Sousa Mendes.
No dia 20, também às 18 horas, a iniciativa debruça-se sobre os campos de concentração nazis, com Gerd Klestat, um dos últimos sobreviventes vivos dos campos de concentração nazis que vem a Braga contar a sua história de vida.
Em 1936, então com apenas três anos, Gerd Klestat e a sua família judia, fugiu da Alemanha nazi, indo viver para a vizinha Holanda. Após a invasão da Holanda em Maio de 1940, a sua família instalou-se numa pequena vila a leste de Amesterdão.
Até à prisão da sua família, em 1943, viveram numa pequena casa a salvo dos nazis. Primeiro, a sua família foi deportada para o campo de concentração de Westerbork, na Holanda, tendo posteriormente enviada para o campo de Bergen-Belsen, no norte da Alemanha. Aqui viu o pai morrer em Fevereiro de 1945, tendo sido libertado, juntamente com a sua mãe e irmão pelos exércitos aliados em Abril do mesmo ano.
As autoridades alemãs estabeleceram o campo de detenção Bergen-Belsen em 1940, tendo funcionado até 1943 exclusivamente para prisioneiros de guerra. A partir desse ano, as SS tomaram conta do campo e converteram-no numa prisão civil e mais tarde num campo de concentração. Estima-se que tenham morrido cerca de 50 mil pessoas neste campo de concentração. A maior parte das vítimas foram judeus, entre elas, Anne Frank e a sua irmã Margot, que morreram em Março de 1945.