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Supercomputador instalado na UMinho já está disponível e promete “fazer história na ciência”

O Deucalion, considerado o supercomputador nacional mais rápido de sempre, está a partir desta quarta-feira disponível para académicos, empresas e administração pública, num investimento de 20 milhões de euros que o Governo acredita fazer “história na ciência”.

“Hoje fazemos mais uma vez história na ciência”, disse a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, na cerimónia de inauguração do Deucalion, que está instalado no campus de Azurém da Universidade do Minho (UMinho), em Guimarães.

Com capacidade para executar 10 milhões de biliões de cálculos por segundo, o Deucalion visa acelerar a produção de ciência e inovação em Portugal em domínios como a inteligência artificial, medicina personalizada, design de fármacos e novos materiais, observação da Terra e oceanos, combate às alterações climáticas e fogos, criação de smart cities, ordenamento do território, mobilidade e veículos autónomos, segundo a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

O projeto, desenvolvido pela fundação juntamente com uma empresa, recebeu um financiamento de 35% de fundos comunitários. O restante veio de outros fundos, incluindo o Orçamento do Estado, via FCT, de acordo com a informação divulgada em comunicado pela instituição.

“Foi um grande desafio que hoje se concretiza. Portugal fica com mais e melhor investigação no país a funcionar em rede na Europa”, afirmou a presidente da FCT, Madalena Alves, na cerimónia desta quarta-feira.

Para a ministra da Ciência, o supercomputador “é nacional, mas é também um exemplo de coesão territorial”. “Esperemos que o Deucalion possa catalisar e cativar novos investimentos nacionais e internacionais” e que seja decisivo “no avanço da humanidade, não só na Europa, mas no Mundo”, afirmou.

PORTUGAL VAI DAR “UM NOVO SALTO EM FRENTE”

Na cerimónia, o primeiro-ministro, António Costa, admitiu não saber explicar o que é um supercomputador, mas conseguiu arrancar sorrisos da plateia: “O Deucalion resolve numa hora o que um computador normal demoraria 20 anos. Pensei em pedir o Deucalion emprestado durante três horinhas para ver se resolviamos o problema da localização do futuro aeroporto”.

Para o governante, o Deucalion e os restantes computadores instalados em várias cidades do país vão trabalhar em rede e, segundo António Costa, “permitir que o país dê um novo salto em frente”.

O supercomputador, acolhido pela Universidade do Minho, será acessível à comunidade académica e de investigação, às empresas e à administração pública. A FCT irá lançar concursos de acesso à infraestrutura e estão igualmente previstos programas específicos de apoio a Pequenas e Médias Empresas, segundo explicou a FCT.

Além de permitir responder às crescentes necessidades de processamento de grandes volumes de dados, o Deucalion multiplica por dez a capacidade de computação nacional, o que permitirá executar “simulações complexas e análises de dados de grande escala”, com impacto em áreas como a genómica, física, química, materiais, farmacêutica, energia, espaço, finanças e manufatura, “actuando na otimização de processos e desenvolvimento de novos produtos com base em simulações precisas e análises de dados”, acrescenta a nota.

De acordo com a presidente da FCT, Madalena Alves, o Deucalion está preparado para apoiar mais de 200 projectos por ano.

As previsões apontavam para que o computador estivesse operacional no início de 2022, mas foi decidido prolongar a fase de testes até ao final de julho passado. Um primeiro supercomputador entrou em funcionamento em Portugal em 2019 e denomina-se BOB.

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