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Trabalhadores de IPSS manifestam-se por melhores salários

Cerca de 200 trabalhadores de Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) encheram esta quarta-feira a Rua da Reboleira, na Ribeira do Porto, numa manifestação por melhores salários e valorização das carreiras em que a chuva calou gritos de revolta.

Munidos de guarda-chuvas, os manifestantes empunharam cartazes e faixas brancas onde se podiam ler frases como o “Sector social está em luta”, “Trabalhadores (as) IPSS e Misericórdias estão em luta por melhores condições de trabalho”, “Contra o assédio laboral”, “É mesmo necessário o aumento de salário e “Educadores em creche bloqueados na carreira por norma transitória com 19 anos”.

Os manifestantes encheram a estreita e cinzenta rua da Reboleira com gritos e guarda-chuvas, para por volta das 11:30 pararem junto da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) e gritarem em uníssono: “CNIS escuta, trabalhadores estão em luta” e “35 horas para todos, sem demoras” e “Sobe o gás, sobre o pão, os salários é que não”.

Em declarações à Lusa, Ana Pacheco, que trabalha na área social há 38 anos, diz que é lamentável que recebe apenas o ordenado mínimo.

“Dizem que o nosso trabalho é muito importante e é. É um trabalho físico e psicológico muito agressivo e eu neste momento com 38 anos de casa estou com o ordenado mínimo nacional. Eles estão-nos a empalear [demorar muito tempo] para dar os aumentos. Tenho 38 anos de casa!”, afirmou a trabalhadora, debaixo do seu casaco com capuz e empunhando uma faixa branca com as palavras de ordem por melhores salários.

Tiago Oliveira, o actual secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) disse aos jornalistas que é preciso denunciar a não regularização dos protocolos de cooperação entre a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) e o Governo.

“A CNIS tem como desculpa que o Governo ainda não terá regularizado os protocolos de cooperação. É preciso denunciar isto. (…) Olhamos para as políticas que são seguidas e os milhões que o Governo perdoou em matéria de IRC às empresas, os milhões que são desviados para a industria militar e depois esquecem-se daqueles que são a maioria do nosso povo, que são os trabalhadores”, disse aos jornalistas Tiago Oliveira.

Tiago Oliveira adiantou que os trabalhadores do sector social “são trabalhadores que são necessários todos os dias para responder às necessidades da população” e “que têm uma carga horária alargadíssima”.

“São trabalhadores que muitos deles estão colados ao salário mínimo nacional e isto é inadmissível”, criticou o secretário-geral da CGTP.

A greve foi convocada pela Federação Portuguesa dos Sindicatos do Comércio e Serviços (FEPCES), Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), Sindicato Nacional dos Profissionais de Farmácia e Paramédicos (SIFAP), Federação dos Sindicatos da Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT), Sindicato dos Fisioterapeutas Portugueses (SFP) e Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Solidariedade e Segurança Social (STSSSS).

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