O Tribunal de Braga anunciou, esta sexta-feira, ter chegado à conclusão de que o homicídio de Maria da Graça Ferreira, de 69 anos, ocorrido em Novembro de 2020, num apartamento do bairro do Fujacal, em Braga, foi planeado e executado por ambos os arguidos que estão a ser julgados pelo crime.
A acusação como que “lançava” as maiores culpas para Júlio Pereira, amante da arguida, Maria Helena Gomes, e “namorado” da própria vítima, dizendo que teria sido ele quem imobilizou as pernas e os braços da vítima – que estava a dormir num dos quartos do apartamento.
Acrescentava que ele se sentou em cima do seu tórax e a impediu de respirar, tapando-lhe a boca e o nariz com um pano embebido em lixívia, embora com a ajuda da companheira, Maria Helena Gomes.
Só que o colectivo de juízes entende ter extraído factos no julgamento que provam que o crime foi pensado, planeado e executado por ambos, presumivelmente com responsabilidade criminal partilhada.
“SENTENÇA” ADIADA
Assim, e dado ter havido uma “alteração não-substancial dos factos”, adiou a leitura do acórdão final, para Novembro, isto porque o Código de Processo Penal obriga a que seja dado um prazo para que a defesa se pronuncie, e esta não prescindiu.
Além de homicídio qualificado, ambos foram julgados por profanação de cadáver e burla informática.
Em julgamento, Maria Helena disse que, pelas 5h30, de 3 de Novembro, ele pôs-se em cima da vítima, imobilizou-lhe os braços e asfixiou-a com uma toalha embebida em lixívia. Ela assistiu.
Já Júlio disse que foi ela quem matou Maria da Graça e que ele acabou por se calar, com medo que ela viesse a dizer que foi ele, conforme sucedeu.
O móbil do crime terá residido no facto de a vítima, com quem Júlio namorava, ter decidido anular um testamento que havia feito a seu favor, no qual lhe doava um apartamento.