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Tribunal de Braga julga amanhã casal que asfixiou mulher com pano com lixívia

O Tribunal de Braga inicia esta quarta-feira o julgamento de um casal que terá matado, por asfixia, uma mulher, de 69 anos, Maria da Graça Ferreira, num apartamento do bairro do Fujacal, em Braga.

Júlio Pereira de Araújo está acusado do crime de homicídio qualificado pelo Ministério Público pelo assassinato consumado a 3 de novembro de 2020, com a ajuda da companheira, Maria Helena Gomes .

O arguido, na contestação que enviou ao Tribunal, acusa a companheira de ter sido ela a autora do crime. Ela garante que foi ele.

Ambos serão julgados, ainda, por profanação de cadáver e burla informática.

PANO COM LIXÍVIA

A vítima dormia num dos quartos do apartamento quando foi assassinada por asfixia com um pano com lixívia. O corpo foi levado para um caminho rural em Montélios, onde foi encontrado por transeuntes.

A acusação diz que foi ele quem a matou, para evitar que ela anulasse um testamento que havia feito a seu favor, e que o crime teve a conivência da companheira…Mas o arguido nega, apresentando mensagens da Maria Helena, no Facebook, assumindo a intenção de cometer o crime. E diz que havia um triângulo amoroso.

MENSAGENS

No documento, subscrito pelo escritório de advogados, Soares, Gonçalves & Associados, de Braga, lê-se que a PJ não deu atenção às mensagens trocadas entre eles, e transcreve-as: “Estamos no mesmo barco se calhar ela morrer tão cedo é bom para os nós dois ok“, terá escrito a Maria Helena a 13 de outubro. E a seguir: “Amor, não posso falar muito, é perigoso. Depois de ela arranjar o dinheiro, eu trato dela sozinha dou-lhe um Martini com cerveja e depois mando-lhe mostrar o sótão e empurro-a para as escadas”.

Para a defesa, “a Rita queria matar a Maria da Graça”, porque “mantinha uma relação amorosa com ela, para tentar arrancar-lhe dinheiro, pois sabia que teria posses, e que teria feito um testamento a favor do Júlio”.

E prossegue: “Montou uma mentira, a de que precisava de pagar seis mil euros a um advogado, pedindo esse dinheiro emprestado à vítima”.

Diz, ainda, que, “como esta lhe pediu um comprovativo, tentou que o Júlio indicasse um advogado para que emitisse uma fatura falsa”.

E conclui: “Como o Júlio não a ajudou, iniciou uma espiral de vingança que culminou com o homicídio e a incriminação do Júlio pelo crime”.

ELA DIZ QUE FOI ELE

Em declarações à PJ a Maria Helena disse que foi ele que a assassinou, e fez a reconstituição do crime.

Disse que, pelas 5h30, ele pôs-se em cima da vítima, imobilizou-lhe os braços e asfixiou-a com uma toalha embebida em lixívia. Ela assistiu…

O cadáver ficou na cama, mas começou a exalar maus cheiros.. a Helena foi à garagem e trouxe dois sacos de plástico grandes…embrulharam o corpo num lençol e fecharam os sacos. De madrugada, meteram-no carro, deixando-o num caminho.

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