O Presidente dos Estados Unidos anunciou que, a partir da meia-noite, entra em vigor uma tarifa de 25% sobre todos os automóveis importados.
«Este dia vai ser para sempre lembrado como o dia em que a Indústria americana renasceu e como o dia em que começámos a tornar a América rica de novo», disse.
Trump esclareceu ainda que assinará já a ordem executiva que aplica mais tarifas recíprocas, incluindo 20% para a UE, e deixou um aviso: «Se nos fazem, fazemo-lo a eles».
A imposição de tarifas foi hoje apelidada pelo Presidente de “Dia da Libertação”, após Donald Trump ter anunciado nos últimos meses aumentos de 25% dos direitos aduaneiros sobre as importações de aço, alumínio, automóveis e peças de automóveis.
Donald Trump afirmou que vai assinar uma “ordem executiva histórica que institui direitos aduaneiros recíprocos para países de todo o mundo”.
“Isto significa que eles fazem-nos a nós e nós fazemos-lhes a eles. Muito simples. Não há nada mais simples do que isso”, acrescentou, frisando que esta a “declaração de independência económica” dos Estados Unidos.
Considerando que os Estados Unidos têm sido “saqueados, pilhados e violados por nações próximas e distantes, amigas e inimigas”, Donald Trump lembrou os “cidadãos americanos que trabalham arduamente” e tiveram de “ficar à margem enquanto outras nações enriqueciam e se tornavam poderosas”.
“Os nossos contribuintes foram enganados durante mais de 50 anos, mas isso não vai voltar a acontecer”, afirmou.
O presidente dos Estados Unidos confirmou uma tarifa de 25% sobre a importação de automóveis já a partir das 00h00 de quinta-feira. “A partir da meia-noite, vamos impor uma tarifa de 25% sobre todos os automóveis fabricados no estrangeiro”, anunciou.
Para justificar a sua decisão, Trump explicou que os Estados Unidos impõem “tarifas de 2,5% sobre todos os automóveis fabricados no exterior”, enquanto a União Europeia “obriga a pagar mais de 10% e quase 20%”. “Os nossos amigos são piores que os nossos inimigos”, acusou.
O presidente norte-americano anunciou uma “tarifa mínima de base” de 10% sobre outros países para “ajudar a reconstruir” a economia dos EUA e mostrou um quadro com as tarifas aplicadas a cada país. Os países da União Europeia (UE) passam a pagar 20%, metade de 39% de barreiras comerciais e não comerciais estimadas.
“Pensamos que a União Europeia é muito amigável, mas eles roubam-nos. É muito triste ver isso. É tão patético; [taxam produtos dos EUA a] 39%, nós vamos cobrar-lhes 20%”, frisou Trump.
Para aceder ao mercado norte-americano, os produtos do Japão passam a pagar 24%, os da Índia 26%, de Taiwan 32% e do Vietname 46%. Ao Reino Unido e Brasil passam a ser aplicados 10%, correspondentes ao aplicado aos produtos norte-americanos, disse ainda Trump.
“Chamamos a isto recíproco simpático”, disse Trump, que frisou que “gostaria” de aplicar “reciprocidade total”.
Outros países destacados por Trump foram Suíça, Indonésia, Coreia do Sul e África do Sul. Entre os países com maiores tarifas estão o Sri Lanka (44%), o Vietname (46%) e o Camboja (49%).
Os direitos aduaneiros específicos de cada país ou bloco económico, como a UE, começarão a ser aplicados a partir de 9 de abril, afirmaram à imprensa funcionários da Casa Branca. Já a tarifa-base de 10% começará a ser aplicada mais cedo, no sábado, 5 de abril, segundo estas fontes citadas pela EFE.
“Somos generosos, somos bons e cobraremos apenas metade dos impostos que nos foram cobrados”, disse, frisando que, assim, “as tarifas não serão totalmente recíprocas”.
“Eu poderia ter feito isso, sim, mas teria sido difícil para muitos países”, considerou.
Trump adiantou que não haverá tarifas para empresas que fabriquem produtos nos Estados Unidos. “Não há tarifas se construírem o vosso produto aqui mesmo, na América”, disse.
Acreditando que irá receber “em breve” telefonemas de “reis, rainhas e embaixadores” à procura de isenções tarifárias, Trump revelou que irá responder: “Acabem com as vossas próprias tarifas, eliminem as vossas barreiras, não manipulem as vossas moedas… E comecem a comprar dezenas de milhares de milhões de dólares de produtos americanos”.
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