O Conselho da Cultura Galega (CCG) e a Universidade do Minho, entre outras entidades, promovem a sexta edição do Ciclo de Cinema Galego, Português e Brasileiro “Mulheres, Patrimónios, Sociedade” nos dias 26 a 28 de setembro, no Teatro Municipal de Tui, na Galiza.
Esta edição traz olhares femininos sobre a memória histórica, os processos de transição e as revoluções, como os 50 anos da Revolução dos Cravos. A cada noite vai haver filme(s) e um debate com as suas realizadoras ou com personalidades, sendo aberto ao público.
A sessão inaugural é esta quinta-feira, às 21h30 (hora local), com representantes das entidades organizadoras. Segue-se a exibição de “Elas também estiveram lá”, um documentário de Joana Craveiro sobre a invisibilidade das mulheres na ditadura portuguesa e em 1974/75. No final, juntam-se à conversa o coronel Mário Tomé, um dos capitães do 25 de Abril, a par das historiadoras Encarna Otero e Alexandra Esteves.
O segundo dia é dedicado às curtas-metragens: “Na pel da memoria”, de Coral e Laura Piñeiro, e “12 de maio de 1937”, de Mar Caldas (ambas da Galiza); “Luzia”, de Marta Oliveira Pinto, “Imersão”, de Maria Inês de Sá (ambas de Portugal); e “Pescadoras em Rede: As Mulheres de Gamboa de Baixo”, de Lucas Ribeiro e Luísa Caria (Brasil). No final decorre uma tertúlia com as realizadoras, a cineasta Sara Traba e a etnógrafa Ana Estévez, do Museu do Povo Galego.
No sábado, vai ser apresentada a longa-metragem galega “As Melusinas à margem do rio”, a obra de Melanie Pereira premiada nos festivais Doclisboa e Porto Femme, com cinco mulheres de famílias emigrantes no Luxemburgo a refletirem sobre países, identidades, fragmentos e sereias. O serão conta depois com um colóquio daquela realizadora, moderado pelos professores José Gabriel Andrade e Alberto Paz.
A organização da iniciativa cabe ao CCG, à UMinho (através da vice-reitoria para a Cultura e Sociedade, do Centro de Estudos Galegos, da Casa do Conhecimento e dos centros de investigação Lab2PT e CECS no Instituto de Ciências Sociais), bem como ao Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, à Universidade Federal de Salvador de Bahia e aos municípios de Valença e Tui.
O ciclo já passou por Braga (2018), Vigo (2019), Arcos de Valdevez (2021), Verín, Salvador da Bahia (2022) e Guimarães (2023). “Mulheres, Patrimónios, Sociedade” pretende ser um espaço de intercâmbio cultural entre a Galiza e a lusofonia, procurando mostrar, em diferentes formatos audiovisuais, como as mulheres foram invisibilizadas ou não foram reconhecidas nos processos de (re)criação do património cultural.