Por Sandra Monteiro, membro cooptado da CPCJ de Vila Verde
Todo o processo democrático que acompanhou a consagração da escolaridade obrigatória conduziu a uma mudança radical no habitat da escola. A comunidade exterior, com toda a sua complexidade, invadiu o espaço que a escola tradicional deixara aberto apenas para o aluno-tipo.
A igualdade de tratamento que se oferecia num percurso de uma única via e de um único sentido, contrastava com a diversidade de alunos que chegavam à escola. Se muitos encaixaram no modelo-tipo estipulado e concluíram com sucesso a escolaridade obrigatória, outros tantos abandonaram precocemente o seu percurso escolar.
Necessariamente, este modelo de escola teve que ser repensado. A diversidade de alunos provocou inclusivamente um redimensionar do próprio conceito de diferença e uma impossibilidade de os principais interveniente no processo ensino-aprendizagem, continuarem alheios a tantas diferenças individuais e à persistência de um insucesso escolar generalizado que, como refere Perrenoud (2001), parecia continuar a ser comodamente explicado como a fatalidade do fracasso.
Embora seja um percurso inacabado, a escola tem procurado respostas educativas cada vez mais eficazes para, conseguir uma efetiva inclusão social e académica dos alunos, promovendo aprendizagens significativas em contexto escolar e na construção dos seus projetos de vida.
As atuais políticas governativas com especial enfoque na flexibilização curricular, e na escola inclusiva, vão de encontro a esta temática. Pretendem criar medidas e procedimentos, dirigidos à promoção da equidade e do sucesso educativo de todos, chegando a todos os alunos e aos contextos das suas vidas, com medidas universais, seletivas ou adicionais de gestão curricular.
A escola tem de evoluir com outra forma de estar, de pensar, de aceitar novos desafios, pois o ensino não se compadece com a estagnação.
Finalmente, expresso a minha convicção de que a educação é dinâmica como a vida dos nossos alunos, futuros cidadãos do mundo!
