A Universidade do Minho (UMinho) reclama o reconhecimento de Hospital Universitário para a unidade hospitalar de Braga do Serviço Nacional de Saúde, considerando que tem “todas as condições” para tal, defende o reitor.
Em declarações à Lusa, Rui Vieira de Castro explicou que com a mudança de estatuto do Hospital de Braga, que passa de Parceria Publico Privada (PPP) a Entidade Pública, “este é um assunto para voltar a colocar em cima da mesa” no próximo ano lectivo.
O reitor da UMinho disse que “não faz sentido” que aquela unidade hospitalar não seja já um Hospital Universitário, uma vez que “preenche todos os requisitos” para o ser.
“Uma característica dos hospitais universitários é ter estruturas nas quais é realizada investigação clínica. Isto é, por exemplo, se faz experimentação de novos fármacos, em cognições adequadas de investigação. O Centro Clínico Académico de Braga, alojado no Hospital de Braga, é uma dessas estruturas, que resultou de uma parceria entre a UMinho e o Hospital de Braga enquanto PPP”, explicou.
QUESTÃO DE PRESTÍGIO
Questionado sobre o motivo pelo qual o Hospital de Braga não foi ainda reconhecido como Académico, Rui Vieira de Castro respondeu: “por razões que nunca foram capazes de ser explicitadas”.
“Mas o que é facto é que o Hospital de Braga é o único hospital que tem um centro clínico académico associado a uma universidade a que não foi atribuído o título de hospital universitário”, salientou.
Para Rui Vieira de Castro, a designação é “uma questão de prestígio” porque “traduz o reconhecimento de ser um hospital com qualidade reconhecida na prática assistencial na doença e depois ser um hospital que é reconhecido e que se evidencia por ter valências académicas essencialmente associadas à educação médica”.
Já para a UMinho, este reconhecimento a atribuir ao hospital é também “uma questão de prestígio” para a universidade, que vê reconhecido o seu trabalho “de investigação clínica”.
O reitor disse que o assunto ainda não foi levado à tutela, mas que “esta é altura de o fazer”.
“Não falamos ainda com a tutela, mas agora que o estatuto do hospital vai ser alterado queremos retomar este dossier, de o colocar na agenda no início do próximo ano lectivo. Estando nós certos de que o hospital preenche todos os requisitos, não vemos razões para que esse título não seja lhe seja atribuído”, afirmou.