A Junta de União de Freguesias do Vade apontou esta quarta-feira encarar com «renovada expectativa» a intervenção do primeiro-ministro, António Costa, em torno dos investimentos considerados «estruturantes» em Vila Verde, para que assim possa ser feita «justiça a este território situado no norte do Concelho».
Em nota enviada, a Junta explica que «para isso, em muito pode contribuir o investimento público, designadamente através dos apoios europeus previstos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para resolver o problema do estrangulamento das vias de comunicação e de condicionamento do potencial de desenvolvimento económico e social desta região».
O presidente da União de Freguesias do Vade, Carlos Cação, teve a oportunidade de explicar ao primeiro-ministro, António Costa, «a urgência e necessidade extrema» de resolver as «enormes dificuldades de acessibilidades deste território rural e de baixa densidade», tendo por isso entregue em mão ao líder do Governo de Portugal um ofício onde estão destacados os «impactos da ausência de investimentos estruturantes do Estado».
«A situação de estrangulamento provocada pelas actuais condições da EN 101, que atravessa todo o concelho, ligando o distrito de Viana do Castelo a Braga, representa a maior preocupação da União de Freguesias do Vade. Uma preocupação agravada pelo impacto sobre o Parque Industrial de Gême, um dos principais pólos de potencial criação de emprego e fixação dos jovens no norte do Concelho. O mesmo acontece com as áreas de acolhimento empresarial a norte, como acontece nas freguesias de Gême, Coucieiro e União de Freguesias de Pico de Regalados, Gondiães e Mós. Além disso, sublinha-se a imperiosa necessidade de avançar a prometida construção do prolongamento da variante do Cávado e variante à EN 101, de forma a melhorar a mobilidade no concelho que atualmente tem de ser feita com travessia permanente de núcleos urbanos», pode ler-se na mesma nota.
«ESPERA-SE QUE O PROJECTO PRELIMINAR DO PRR SEJA ADAPTADO PARA CUMPRIR OS OBJECTIVOS QUE ANUNCIA»
A Junta de União de Freguesia escreve também que «do Governo de Portugal espera-se que o projecto preliminar do PRR seja adaptado, para cumprir efectivamente os objectivos que anuncia: estancar os efeitos da crise, tornar a nossa economia mais competitiva, mais coesa e mais inclusiva», acrescentando a «importância de serem cumpridas as prioridades enunciadas no PRR: a redução das vulnerabilidades sociais, direcionando a sua acção para as pessoas e nas suas competências; o reforço do potencial produtivo nacional, procurando garantir condições de sustentabilidade e competitividade do tecido empresarial; a ambição de assegurar um território simultaneamente competitivo e coeso num contexto de adaptação às transições em curso – transição climática e digital».
«PRR DEVE ASSUMIR INVESTIMENTOS QUE REPRESENTEM VERDADEIRA APOSTA NA RECUPERAÇÃO ECONÓMICA E NO COMBATE ÀS ASSIMETRIAS»
Por último, destacam que «a bem de Portugal, o Plano de Recuperação e Resiliência deve assumir investimentos que representem uma verdadeira aposta na recuperação económica e no combate às assimetrias que se acentuam neste período de profunda crise em que Portugal, a Europa e o Mundo se encontram mergulhados. Acreditamos, por isso, que o primeiro-ministro e o seu governo encararão os investimentos estruturais do Concelho de Vila Verde como fundamentais para promover a coesão territorial, social e económica de Portugal».