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União Europeia propõe taxas zero em bens industriais aos EUA

Depois das medidas norte-americanas, a Comissão Europeia propõe, hoje, aos Estados Unidos da América, tarifas zero nas trocas de bens industriais entre os EUA e a União Europeia (UE).

A proposta foi avançada pela presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, à imprensa, em Bruxelas, depois de uma reunião com o primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Støre. Segundo a mesma, durante o encontro, falaram dos efeitos das taxas americanas que terão «custos enormes» para a economia mundial.

«Este é um ponto de viragem importante para os Estados Unidos, mas estamos prontos a negociar e, por isso, propusemos tarifas zero para os bens industriais, como fizemos com sucesso com muitos outros parceiros comerciais, porque a Europa está sempre pronta para um bom acordo – e mantemo-lo em cima da mesa», aponta a líder da Comissão Europeia.

«A Europa está preparada para negociar com os EUA. Propusemos tarifas zero-por-zero sobre bens industriais. Porque estamos sempre prontos para um bom negócio. Mas estamos também preparados para responder com medidas retaliatórias. E protegermo-nos contra os efeitos indiretos do desvio do comércio», escreve, numa publicação da rede social X.

O comissário europeu do Comércio, Maros Sefcovic, está em reuniões com as autoridades americanas, iniciadas na sexta-feira, um dia após os EUA anunciarem tarifas norte-americanas de 20% aos produtos importados da UE, que acrescem às de 25% sobre os setores automóvel, aço e alumínio.

Ursula von der Leyen, aponta, no entanto, que essa «oferta foi feita há muito e repetidamente, por exemplo, no setor automóvel, mas não houve uma reação adequada a essa oferta», garante.

Segundo a mesma, a UE está «preparada para responder através de contramedidas e defender os interesses» comunitários, sendo que «todos os instrumentos estão em cima da mesa».

Ursula von der Leyen também anunciou a criação de um novo grupo de trabalho com especialistas que vai monitorizar o impacto destas novas taxas norte-americanas, criando uma «base de dados necessária para as medidas políticas» a seguir.

A presidente garante que as medidas vão ser acordadas com as indústrias afetadas, garantindo um «contacto estreito» com os setores industrial, siderúrgico, automóvel e farmacêutico para «trabalhar em conjunto e minimizar os efeitos mútuos».

Ainda, a UE está concentrada nos «83% do comércio mundial para além dos Estados Unidos», concluiu Ursula von der Leyen, querendo aprofundar relações comerciais com Mercosul, México, Suíça, Índia, Tailândia, Malásia, Indonésia «e muitos outros».

Os ministros do Comércio da UE reuniram hoje, no Luxemburgo, para debater as tensões comerciais.

As novas taxas norte-americanas querem fazer crescer a própria indústria e castigar os países por aquilo a que Trump chamou de anos de práticas comerciais desleais.

Os economistas, na sua maioria, acreditam, no entanto, que estas medidas vão levar a uma recessão, destruindo, ainda, alianças de décadas.

Assim, a UE prepara-se para tensões com a administração Trump, sobretudo nas relações comerciais. A Comissão Europeia detém a política comercial na UE.

ovilaverdense@gmail.com

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