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URMinho apela ao boicote nas Presidenciais e exige explicações sobre jantar de Ventura em Braga

Em carta aberta ao Presidente da República, primeiro-ministro e autarcas a União de Restaurantes do Minho (URMinho) manifesta a sua indignação e incompreensão a propósito do sector estar impedido de trabalhar “quando são permitidos ajuntamentos e jantares de comício, em restaurantes que deveriam estar fechados”.

A carta, que surge na sequência do jantar comício organizado pelo Chega em apoio a André Ventura, candidato às Presidenciais, num restaurante de Tebosa, Braga, que juntou 170 pessoas em pleno confinamento, é ainda endereçada ao presidente da Comissão Nacional de Eleições. 

“Torna-se incompreensível enquanto empresários e associados da Urminho não nos deixarem trabalhar, quando são permitidos ajuntamentos e jantares comício em restaurantes que deveriam estar fechados”, lê-se na carta, que tem igualmente como destinatários empresários e funcionários do sector.

A associação, que agrega uma centena de empresárias da restauração, considera que “não é justo, não é sério e não é democrático, uns estarem inibidos de trabalhar e outros em campanha eleitoral fazendo com que os ajuntamentos, tão falados, aconteçam, denegrindo a imagem do país”.

“Não contrariando a opinião pública, mas não nos inibindo de transmitir a opinião dos nossos associados, vimos reafirmar que estas eleições não deveriam decorrer neste tempo tão dramático”, salienta, apelando de seguida ao boicote nas Presidenciais: “É para confinar, não é para votar”.

“Esta fase negra da democracia tem de ser demonstrada com faixas pretas bem visíveis à porta dos respectivos estabelecimentos”, acrescenta, exigindo “um pronto esclarecimento” sobre o jantar de Ventura.

 “Se algum empresário de outras actividades comerciais se sentir igualmente injustiçado, sintam-se livres para fazer o mesmo”, lê-se na carta.

“É incompreensível o nosso sector estar encerrado quando não há um único estudo que prove que a restauração é responsável pelo aumento dos números de casos”, afirma, referindo que nos “picos do contágio, os restaurantes estavam fortemente limitados no exercício da sua actividade, dando ênfase ao Natal e ao Ano Novo”

“Não queiram, daqui a 3 semanas, se lamentar à semelhança do Natal, pelo facto de se poder desconfinar e circular livremente, no dia 24, apenas com o pretexto de ir votar. Um país onde a democracia é posta apenas ao dispor de alguns não é um país democrático”, remata a carta aberta.

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