Como esperado, a adiada e o agora prometido “estudo” para a construção da Variante à EN 101 foi o tema central da assembleia municipal de Vila Verde, realizada na última noite. Numa sessão em que nem tudo ‘cheirou’, o novo contrato de concessão da recolha do lixo também veio ‘à baila’ e ainda houve espaço para falar da polémica da retirada das esplanadas decorrente do contrato da concessão de estacionamento entregue à Sociparque.
Quanto à concessão, o deputado Nuno Queirós, da bancada do PSD, subiu à tribuna. «Em julho, foram dadas as instruções para a retirada das esplanadas que estavam a ocupar lugares de estacionamento», começa. «Foi um assunto difícil», reconhece.
Perante as reações, o deputado expressa desejo de «esclarecer». «O regulamento que define os lugares à superfície proíbe o uso dos espaços para fins que não estacionamento, e isto foi aprovado aqui», aponta. «Com isto, fica proibido o licenciamento a esplanadas, muito menos a construções, que em muitas casos foram exatamente construções», sublinha.
«Se durante a pandemia, com diversa legislação, foi permitido o enquadramento destas situações, nomeadamente pela regra de afastamento em refeições, estas esplanadas foram toleradas pela Sociparque e a o Município», esclarece. Com a revogação das regras Covid-19, tudo isto se altera, aponta o deputado.
«A questão jurídica não é opcional. É difícil perceber quem sugere que não se cumpra a lei. Desrespeitar o regulamento é desrespeitar esta assembleia», acrescenta. Por fim, reforça: «a Câmara Municipal nunca esteve contra os empresários e todos temos consciência da sua importância para o concelho», termina.
Um ponto de partida para a Variante de Vila Verde
Filipe Lopes, da bancada do PSD, destacou o compromisso da Variante Estrada Nacional 101, feita pelo executivo «publicamente, olhos nos olhos com os vilaverdenses e na presença do ministro Miguel Pinto Luz», sublinhou. «Agora já não fica em esquecimento, como nos últimos 8 anos de governo PS», atirou.
Por sua vez, o deputado socialista João Silva respondeu, dizendo que, nas palavras do Ministro, este seria «apenas um estudo». A Presidente da Câmara, Júlia Fernandes, esclareceu dizendo que este é «um ponto de partida» importante.
Um problema que «cheira mal»
O atual concurso em voga da recolha de lixo foi também alvo de contestação. Aires Fumega, da bancada do PS, ironizou, parabenizando o executivo. «Em Vila Verde, nas últimas três semanas, na minha rua, com dois dias de recolha, o camião só passou uma vez», queixa-se. «Em setembro, já não havendo férias, vimos o lixo dias na rua. Vai crescendo e os animais espalham, a Câmara não faz nada», acusa.
Depois de comparar o sistema de Vila Verde com os concelhos próximos, acusou o Município de «manipulação de massas», alegando que este culpa a população pelo problema. «Até parece que os vilaverdenses são os únicos que não têm civismo», acrescenta. «O culpado é o vizinho, que põe lixo fora de horas, esse tipo sinistro», diz.
A Presidente da Câmara, Júlia Fernandes, esclareceu que o concurso para uma nova concessão está em curso. Por enquanto, será usado este. A autarca mostra-se otimista. «Estou convencida que este (futuro) reforço, que tem mais 20 contentores de reciclagem e 100 de resíduos» vem melhorar a situação.
«Já estamos também a recolher os resíduos alimentares em casa, aqui a fazer em Vila Verde e vamos aumentar a outras freguesias. Este sistema melhorará sobremaneira», termina.
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