O vereador da Protecção Civil da Câmara de Vila Verde, Patrício Araújo, disse esta quinta-feira que colocou «algumas reticências» a uma eventual transferência dos utentes do Lar do Trabalhador de Prado para as instalações da Residencial Martins, em Vila Verde, que é propriedade da Misericórdia, «pelo facto daquele espaço poder não reunir as melhores condições de salubridade para acolher pessoas idosas, debilitadas e doentes».
«Não posso concordar que andem com utentes aos “tombos” para um espaço menos condigno, prejudicando-os com esta mudança, que poderá levar ao encerramento definitivo do Lar e ao despedimento dos seus trabalhadores», refere.
Num esclarecimento público enviado à nossa redacção, Patrício Araújo refere que «a Câmara Municipal de Vila Verde em articulação com as diversas entidades competentes, designadamente a Autoridade de Saúde, a Segurança Social, o ACES e a Direcção do Lar do Trabalhador tem acompanhado de perto e com preocupação a situação de contaminação por Covid-19 vivida pelos utentes e funcionárias do Lar do Trabalhador da Vila de Prado e sempre se mostrou disponível para colaborar nas soluções preconizadas».
«Não posso aceitar e causa-me repulsa que possa haver aproveitamento de uma situação em que pessoas idosas e numa condição de dependência, sofrendo de uma patologia contagiosa, são tratadas de modo desigual e não de forma idêntica aos demais utentes do Hospital e dos Lares da Misericórdia», diz.
COMUNICADO NA ÍNTEGRA:
«Após tomar conhecimento de informações que me são imputadas e não têm correspondência com a realidade dos factos, venho pelo presente esclarecer o seguinte:
A Câmara Municipal de Vila Verde em articulação com as diversas entidades competentes, designadamente, a Autoridade de Saúde, a Segurança Social o ACES e a Direção do Lar do Trabalhador tem acompanhado de perto e com preocupação a situação de contaminação por COVID-19 vivida pelos utentes e funcionárias do Lar do Trabalhador da Vila de Prado e sempre se mostrou disponível para colaborar nas soluções preconizadas.
Pessoalmente, desde o primeiro momento, demonstrei total abertura para colaborar na protecção e na salvaguarda da saúde dos referidos utentes e dos trabalhadores da Instituição. Assim, quando me foi transmitida a intenção de transferir os utentes do Lar do Trabalhador da Vila de Prado para o edifício da antiga Residencial Martins, encerrada há mais de uma dezena de anos, demonstrei algumas reticências pelo facto daquele espaço poder não reunir as melhores condições de salubridade para acolher pessoas idosas, debilitadas e doentes.
Não posso aceitar e causa-me repulsa que possa haver aproveitamento de uma situação em que pessoas idosas e numa condição de dependência, sofrendo de uma patologia contagiosa, são tratadas de modo desigual e não de forma idêntica aos demais utentes do Hospital e dos Lares da Misericórdia. A Santa Casa da Misericórdia dispõe de uma unidade de Saúde (no caso um Hospital) e, portanto, é lá que os utentes enquanto doentes devem ser colocados. Não podemos olvidar que estamos a tratar de seres humanos que podiam ter sido os nossos pais ou os nossos avós, razão pela qual estes não podem ser tratados como doentes de segunda categoria e possam ser colocados numas instalações eventualmente degradadas ou sem condições devidamente validadas pela Autoridade de Saúde.
Mais esclareço que nunca, em momento algum, me opus a uma situação que melhore as condições dos utentes do Lar do Trabalhador da Vila de Prado, pois em conjunto com a Direção do Lar o executivo municipal já há muito que aprovou a cedência dos terrenos da antiga escola, ao lado da Igreja, para que o Lar do Trabalhador da Vila de Prado venha no futuro a ter novas instalações. É, portanto, falsa a afirmação de que coloquei“…em causa a futura cedência do terreno, apalavrada e pertencente à autarquia, para a construção do novo lar” até porque o mesmo já foi cedido à Paróquia por deliberação da Câmara Municipal em 23 de Setembro de 2013.
Por último, permitam-me afirmar que sempre pautei a minha intervenção política com o intuito de engrandecer o Concelho e neste caso específico de defender a Instituição Lar do Trabalhador, os seus utentes e os seus trabalhadores. Em suma, não posso concordar que andem com utentes aos “tombos” para um espaço menos condigno, prejudicando-os com esta mudança, que poderá levar ao encerramento definitivo do Lar e ao despedimento dos seus trabalhadores».