LUTO (Vila Verde)

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Vila de Prado despediu-se emocionada de António Moreira

Familiares e amigos juntaram-se, nesta tarde de quarta-feira, na Igreja Paroquial de Prado para a última homenagem ao fotógrafo pradense António Moreira, o qual perdeu a vida no passado sábado, aos 64 anos.

O funeral ficou marcado pela emoção, lágrimas e pela dor.

No interior da urna, de ambos os lados, encontravam-se expostas imagens de aves por ele registadas.

Era esse colorido e essa beleza da vida selvagem que ele, por carolice, adorava captar, expor e partilhar para todo o mundo.

Por vontade da família, levou-as consigo.

Cheio de grandes admiradores dos seus trabalhos fotográficos, nunca perdeu a simplicidade e estava sempre pronto para ajudar os outros e elogiar as suas obras.

Após a missa, presidida pelo padre João Alberto Sousa Correia, com um discurso assertivo e onde as fotos e a natureza foram lembradas pelo sacerdote, seguiu-se o cortejo fúnebre até ao cemitério local, sendo o corpo conduzido até à sua última morada.

TESTEMUNHOS 

Júlia Fernandes, presidente da Câmara Municipal de Vila Verde

«Homem bom, amigo e sempre de sorriso nos lábios! Mostrava uma grande paixão pela natureza e, sobretudo, pelas aves que fazia questão de imortalizar através das suas objetivas!

A Vila de Prado e o concelho de Vila Verde ficam mais pobres com a sua partida precoce.

Deixa muitas saudades a todos aqueles que tiveram o privilégio de o conhecer e com ele conviver.

À sua esposa e toda a sua família apresento os mais sinceros pêsames neste momento difícil de dor e de perda.

Até um dia, amigo António Moreira!»

 

Albano Bastos, presidente de Junta da Freguesia da Vila de Prado

«Ao fim de uma vida de trabalho, as pessoas têm a expectativa de uns anos de descanso laboral, ocupando-se com um hobby ou não fazendo mesmo nada.

O Joaquim Moreira tinha uma paixão guardada para esse tempo de lazer: fotografar a vida selvagem, sobretudo aves.

Durante os escassos anos em que fez o que realmente gostava, conseguiu fotografias incríveis para um fotógrafo amador e autodidata. Com apontamentos sobre cada uma das aves, lançou um livro e várias exposições com esse material praticamente inédito da região.

Pessoa muito afável, conversador sobre o seu passatempo e outros, tinha mais iniciativas na mente.

O destino trocou-lhe as voltas e não o deixou continuar entre os mais queridos, levando-o da terra aos 64 anos.

Ficará, certamente, na memória dos pradenses. Sentidos pêsames para toda a família».

 

Patrício Araújo, vereador na Câmara Municipal de Vila Verde

«O António foi um verdadeiro autodidata cuja admiração e o amor pelas aves o elevou a um patamar de excelência na divulgação da sua singular beleza e diversidade.

Nessa medida, tornou-se um notável Pradense que muito favoreceu e trabalhou para o conhecimento do património ornitológico do Vale do Cávado, elevando e contribuindo para a educação ambiental de todos nós».

 

Ângelo Almeida, fotógrafo

«Pediram-me para dizer umas palavras sobre ti, amigo Moreira. Como muito bem sabes, não sou de grandes palavras… foste um bom homem, generoso com os amigos e sempre bem-disposto. Contigo estava sempre tudo bem.

Falavas com orgulho dos teus filhos e dos teus netinhos. Sempre que saíamos, ligavas, ainda de manhã cedo, à tua querida Rosalina a dizer que já tínhamos chegado e, na hora do almoço, ligavas, novamente, a dizer como tinha corrido a manhã de “caça”.

Aceitaste sempre o que a vida te deu sem queixumes, sempre que precisei de ti lá estiveste para mim.

Obrigado por tudo meu amigo e companheiro. Fica em paz e vai lá fotografar a passarada do céu».

 

Mira Faria, Fotógrafa 

«A sua partida súbita é um verdadeiro pesadelo do qual não conseguimos acordar. Ganhou asas brancas como a sua alma tão pura e genuína. Fazia amigos com facilidade porque tinha o dom de ser, de estar na vida com a naturalidade e espontaneidade das aves que adorava.  Foi à minha escola, convidado por mim, para falar sobre aves, captando a atenção de todos os jovens presentes. Porque ele tinha esse dom, cativar. Como cativava as aves com a objetiva, cativava todos os que o rodeavam com a sua empatia inata. Não, nunca partirá de vez enquanto viver nas nossas mais doces memórias. E, por isso, tal como as suas fotos ficarão no livro para sempre, também ele ficará connosco.  Nunca te deixaremos partir definitivamente, querido Amigo. Nunca!»

 

Patrício Rodrigues, fotógrafo

«O amigo Moreira, com quem convivi e com quem fui várias vezes à “caça” de imagens, pregou-nos uma partida, deixando-nos, para tristeza nossa, sem se despedir.

Chegou a ser notícia no jornal “O Vilaverdenses” e foi ele, com a sua boa vontade de ajudar o próximo, que se empenhou para que eu e a minha filha fossemos também parar às páginas daquele órgão de comunicação social.

Obrigado por tudo, amigo Moreira! Descansa em Paz».

ovilaverdense@gmail.com

Por Emílio Costa (CO 1179)

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