A Câmara de Vila Verde aprovou esta quinta-feira, com os votos favoráveis da maioria PSD, o Plano e Orçamento Municipal, que tem um valor global a rondar os 43 milhões de euros. O PS votou contra.
Na reunião de Câmara desta quinta-feira, os vereadores socialistas começaram por anunciar o voto desfavorável por considerarem que se trata de um «orçamento irrealista» e que mostra uma «gestão à deriva».
«É uma proposta irrealista com baixa taxa de execução de despesas de capital. Para o novo ano, que traz muita apreensão, exigia-se um executivo com capacidade de implementar políticas de captação económica e ajudar a mitigar efeitos da pandemia, o que não acontece», criticou José Morais.
Considerando que a autarquia faz um «autêntico assalto aos bolsos dos vilaverdenses», o vereador do PS disse que o executivo municipal «não apresenta medidas que ajudem famílias e empresas, pelo contrário, sobrecarrega-as com impostos».
«Em tempo útil, apresentámos 10 propostas claras, mas não foram incluídas. Não vemos nesta proposta de orçamento uma política que mitigue efeitos da pandemia. É mais do mesmo, gestão corrente e sem ideias», atirou, criticando a «inércia no aproveitamento de fundos comunitários».
Na resposta, o presidente da Câmara, António Vilela, mostrou-se «surpreendido» com a leitura feita pelos vereadores do PS, nomeadamente as críticas à obtenção de fundos comunitários, considerando que Vila Verde «é exemplar» nessa matéria.
«Este Plano e Orçamento vai directo aos problemas, orientado essencialmente para combater os efeitos da pandemia, quer a nível económico, quer a nível social. Foi criado um plano completo e será ainda definido mais um conjunto de medidas a curto prazo para revitalização da economia», apontou.
Destacando Vila Verde como «um dos Municípios que têm menos impostos e um conjunto de medidas de apoio às famílias e às empresas», o autarca disse que o executivo tem «uma estratégia muito clara daquilo que é para fazer até 2025», numa «autêntica revolução da configuração económica do concelho e também da mobilidade».
«Ao votar contra, o PS está a dizer que não quer a melhoria na saúde, nomeadamente com a requalificação da extensão de saúde do Pico de Regalados, não quer a melhoria das infra-estruturas básicas, não quer uma revolução na rede viária, com a Variante a Oleiros e o Eixo Norte-Sul, nem quer que se apoiem as famílias e se façam investimentos estruturantes em Vila Verde», atirou.
PROJECTOS
Na declaração de voto apresentada, a maioria PSD refere que este Plano e Orçamento, elaborado no contexto da pandemia Covid-19, «contempla medidas para ajudar todos os vilaverdenses» e «aponta também no sentido da recuperação económica e social», com «investimentos estruturantes» para tornar o concelho «mais atractivo».
Em termos de projectos, destaque para a Variante que liga a Rotunda do Canoísta na Vila de Prado/EN201 à Área de Acolhimento Empresarial de Oleiros (Variante a Oleiros), o Eixo Periférico Norte-Sul – ligação da variante em Soutelo ao Parque Industrial de Gême, assim como a melhoria das acessibilidade às zonas empresariais do Neiva – Arcozelo e de Coucieiro.
«A requalificação e alargamento da rede viária estruturante municipal, como condição essencial para a segurança da circulação de pessoas e viaturas, associada à infra-estruturação das áreas destinadas ao acolhimento das actividades económicas, visa induzir o reforço da atractividade territorial para novos investimentos geradores de mais emprego e mais riqueza», sublinha o PSD.
Na área da Saúde, o executivo camarário «manifesta-se totalmente empenhado em concluir o processo de modernização de todos os equipamentos de saúde concelhios com a entrada em funcionamento do posto de saúde do Vade e a requalificação e ampliação do centro de saúde de Pico de Regalados e do posto de saúde de Cervães».