«A liberdade, até se pode conquistar num dia, mas tem de ser reconquistada, todos os dias». É neste tom que o presidente da Assembleia Municipal de Vila Verde, Carlos Arantes, assinala o 47º aniversário do 25 de Abril de 1974, numa cerimónia simbólica que decorreu esta manhã, em frente aos Paços do Concelho. Um discurso marcadamente dirigido às gerações futuras e com um recado à classe política: «A transparência tem de ser a regra do funcionamento do poder democrático. É isso que esperam todos aqueles que delegam na classe politica o ónus de os representar».
Mais uma vez, a chuva foi presença nas cerimónias evocativas do 25 de Abril, mas foi o brilho da Banda Musical de Vila Verde que se destacou nos cerca de 15 minutos que decorreu o acto.
António Vilela liderou o Executivo Municipal. A maioria ”laranja” não faltou à chamada, o PS fez-se representar por Samuel Estrada e os restantes partidos com representação na Assembleia Municipal estiveram ausentes das cerimónias oficiais.
CARLOS ARANTES (Presidente da Assembleia Municipal):
«O foco nas gerações vindouras tem de estar presente».
Nos dircursos disponíveis na plataforma online do município de Vila Verde destaca-se o presidente da Assembleia Municipal, Carlos Arantes. Dirigiu a sua atenção aos jovens e gerações futuras: «Merecer Abril, é também saber retirar dele o que ele nos ensinou, e transmitir esse conhecimento às novas gerações, para que se movimentem na continuidade da luta por uma sociedade mais digna e justa. E isso, compete-nos a todos».
Na óptica do causídico, «o foco nas gerações vindouras tem de estar presente. O vigor, a criatividade, a energia, a imaginação e a iniciativa dos jovens, tem de ser premiadas e respeitadas e acima de tudo, aproveitadas, e isso tem de ocorrer com um olhar global a todo o território. Temos de apostar na sua áurea, nos seus sonhos, naquilo que alimentará as gerações vindouras. Criar condições em todo o país, de forma sustentável, para esses jovens que emergem, não pode ser descurado».
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ANTÓNIO VILELA (Presidente da Câmara Municipal)
«Neste tempo de dificuldades, as autarquias têm desempenhado um papel central no apoio às famílias, às instituições, às associações e às empresas».
O Presidente da Câmara Municipal de Vila Verde, António Vilela, não deixou passar em claro o momento difícil e de incertezas que atravessamos, devido à pandemia. E com recados ao Governo: «Nesta altura em que a administração central deposita mais responsabilidades na administração local através da transferência de novas competências a que nem sempre corresponde a transferência de recursos, o Município de Vila Verde reforça a sua disponibilidade e o seu empenho na concretização de projetos de vital importância para o desenvolvimento harmonioso do território e para o bem-estar das pessoas».
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LUÍS SOUSA (Bancada do PSD)
«Abril abriu-nos as portas para “lançar as bases de um verdadeiro Serviço Nacional de Saúde”».
A bancada do PSD na Assembleia Municipal escolheu o médico Luís Sousa para assinalar a data. E o tom recaiu, incontornavelmente, no Serviço Nacional de Saúde, que vive um dos maiores desafios de sempre: «Abril abriu-nos as portas para “lançar as bases de um verdadeiro Serviço Nacional de Saúde”. O mesmo SNS que, hoje, com as suas virtudes e defeitos, se revelou um instrumento fundamental para combater as ameaças que a pandemia por Covid-19 trouxe à Saúde Pública».
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SAMUEL ESTRADA (Bancada do PS)
«Relativamente à nossa democracia local sentimos que ela está particularmente atrasada».
Mais duro, mais incisivo, mais caústico – surge o representante do PS na Assembleia Municipal. O jovem advogado Samuel Estrada fala dos “donos disto tudo” e aponta o dedo: «Esta cultura de porta fechada da política vilaverdense faz com que os grandes assuntos municipais (como o destino do IEMINHO, do complexo desportivo, da escola profissional, os investimentos estruturais, os orçamentos e grandes opções do plano municipal) sejam tratados à margem dos Vilaverdenses e longe da sua participação, sem debate político amplo, tranquilo e alargado».
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CLÁUDIA PEREIRA (Bancada do CDS-PP)
«Seria fundamental que existisse uma maior participação cívica dos cidadãos».
Cláudia Pereira, a actual líder da estrutura local do CDS-PP, surge com um discurso mais moderado, mas apela a uma maior participação pública dos seus concidadãos: «Esta procura ininterrupta de melhores condições e soluções de vida para os nossos concidadãos, determina essencialmente, que tenhamos boas lideranças, que estas estejam, libertas de qualquer tipo de pressões, também seria fundamental que existisse uma maior participação cívica dos cidadãos. Só assim, damos continuidade à grande lição que nos deixaram todos aqueles que se envolveram, ativamente, no 25 de Abril de 1974».
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SÉRGIO SALES (Bancada da CDU)
«Não basta repetir loas à descentralização e, ao mesmo tempo, manter bloqueada a criação das regiões administrativas que, 45 anos depois de estar consagrada constitucionalmente, está por cumprir».
O líder da bancada da CDU na assembleia Municipal, Sérgio Sales, lembra a oportunidade adiada da descentralização: «Não basta enaltecer a capacidade de realização das autarquias quando se tem em vista transferir competências sem meios financeiros correspondentes num processo que é, sobretudo, de desresponsabilização do Estado por funções que lhe competem e de transferência de encargos para as autarquias. Não basta falar das vantagens de proximidade quando se quer alijar responsabilidades centrais e, ao mesmo tempo, teimar em manter por repor e devolver ao povo as mais de mil freguesias liquidadas contra a vontade das populações».
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