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Vila Verde em Passo Lento: O Que Falta para Acompanhar os Vizinhos?

Opinião de Ricardo R. Rodrigues
(Membro do Núcleo Territorial da Vila Verde da Iniciativa Liberal)

Vila Verde, com todas as suas potencialidades, continua a ficar aquém dos seus vizinhos na região, como os municípios do Quadrilátero Urbano (Braga, Guimarães, Barcelos e Vila Nova de Famalicão) e até mesmo o Porto. Enquanto estas cidades têm investido em modernização e inovação, Vila Verde parece estar sempre um passo atrás, preferindo seguir exemplos em vez de criar um caminho próprio.

Educação e Atração de Empresas: Chaves para Inovação e Crescimento

O sucesso de um município está diretamente ligado à qualidade da educação que oferece e à sua capacidade de atrair empresas que valorizem e utilizem o talento local. Cidades que investem em programas educativos robustos e em formações técnicas e tecnológicas criam um ambiente propício ao desenvolvimento de polos de inovação. Este ecossistema não só atrai empresas como também fomenta a criação de novas indústrias que colaboram com instituições locais, gerando um ciclo de educação, inovação e crescimento económico.

Braga, por exemplo, foi recentemente classificada como o 7º melhor hub de startups da Europa, destacando-se pela sua capacidade de atrair e reter empresas inovadoras. Este sucesso é resultado de políticas municipais eficazes e da forte ligação entre a qualidade do ensino superior, como o da Universidade do Minho, e as exigências do mercado tecnológico e industrial. Enquanto isso, Vila Verde ainda parece estar a tentar entender essa dinâmica.

Educação Financeira: Uma Oportunidade Perdida

O Porto recentemente anunciou a implementação de um programa de literacia financeira para alunos do 1.º ao 12.º ano, preparando-os para enfrentar os desafios económicos do futuro. Este é um passo essencial para garantir que as próximas gerações estejam equipadas para lidar com as complexidades financeiras. Curiosamente, a Iniciativa Liberal de Vila Verde deu uma entrevista para “O Vilaverdense” em Abril deste ano (publicada na edição de junho), ou seja, bem antes deste anúncio pelo município do Porto a referir esta necessidade e vontade.

Transparência: Um Atraso que Dói

Um exemplo claro do atraso de Vila Verde é a questão da transparência nas assembleias municipais. Cidades como Barcelos, Famalicão, Guimarães e Braga começaram a transmitir as suas assembleias há anos, alguns desde 2014, enquanto Vila Verde apenas recentemente criou um grupo de trabalho para analisar a possibilidade. Essa demora em adotar uma medida simples e transparente reflete uma falta de visão que impede o município de progredir.

Um Futuro Promissor para Vila Verde

Vila Verde tem todo o potencial para ultrapassar os seus vizinhos e liderar em inovação, mas precisa investir na criação de polos técnicos e de inovação. Além disso, conceitos como smart cities poderiam posicionar Vila Verde na vanguarda das cidades modernas, proporcionando benefícios significativos tanto em qualidade de vida quanto em sustentabilidade ambiental.

Para que Vila Verde realmente evolua e inove, é crucial que comece a agir de forma independente, antecipando as necessidades dos seus cidadãos, em vez de apenas copiar iniciativas de outros municípios. Assim, Vila Verde poderá finalmente trilhar um caminho próprio rumo ao progresso, destacando-se como um líder regional em inovação e desenvolvimento sustentável.

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