A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, presidiu, esta segunda-feira, à cerimónia de assinatura de protocolo entre a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e a Junta da União de Freguesias da Ribeira do Neiva, em Vila Verde, para a renaturalização do rio Neiva. Conta com financiamento de cerca de um milhão de euros, para recuperação e conservação no percurso do rio e margens, no interior da União de Freguesias da Ribeira do Neiva.
Maria da Graça Carvalho começou por se referir ao projeto como de grande impacto em diferentes dimensões. «Quando atuamos nos rios e nas suas bacias hidrográficas cumprimos duas missões em simultâneo. Por um lado, protegemos os ecossistemas e a biodiversidade e, por outro, contribuímos para a segurança e melhoria da qualidade de vida das populações», referiu a governante.
Sobre este tipo de intervenções, Maria da Graça Carvalho disse permitirem «combater fenómenos de poluição, controlar espécies invasoras, recuperar os caudais naturais e, com isso, reduzir os riscos de cheias», trazendo, também, «orgulho às comunidades e ajudar a consolidar a sua consciência ambiental»
A ministra sublinhou que o Governo já aprovou ou executou projetos para restaurar 540 quilómetros de cursos de água. «E iremos ainda mais longe. Rio a rio, ribeira a ribeira, atuaremos no presente, para garantir um futuro mais sustentável», vincou.
Para Inês Andrade, representante da Agência Portuguesa do Ambiente, «chegou a vez do rio Neiva ter a sua requalificação». Tendo em conta a excelente qualidade da água daquele rio, aquela responsável desafiou o presidente de Junta da União de Freguesias da Ribeira do Neiva a apostar na concretização de praias fluviais ao longo do percurso.
Dia especial
Já a presidente de Câmara Municipal de Vila Verde, Júlia Fernandes, recordou «um sonho antigo que hoje se concretizou, sendo, por isso, um dia feliz para a Ribeira do Neiva», perante «um rio que é querido» para as populações locais.
Júlia Fernandes fez questão de focar ainda «a união de esforços entre os Ministérios do Ambiente e Energia e da Agricultura e Pescas, e de diversas entidades locais, o que permitiu conseguir uma verba de um milhão de euros».
Na mesma linha, José Peixoto, presidente da Junta da União de Freguesias da Ribeira do Neiva, começou por referir «um dia especial para a localidade e para todos os que, ao longo dos anos, têm sonhado com a recuperação e preservação do rio Neiva».
Sobre o acontecimento realizado neste dia, a assinatura do protocolo, representa «não apenas o compromisso com a renaturalização do rio, mas, também, o respeito pela identidade e pelo património natural da nossa terra».
Para aquele autarca, «a renaturalização do rio Neiva é a garantia de que as gerações vindouras poderão desfrutar de um rio limpo, biodiverso e integrado no seu ecossistema natural».
Criar praias fluviais
Em resposta a Inês Andrade, vogal do conselho diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente, José Peixoto afirmou estar preparado para levar a cabo a concretização de várias praias ao longo do trajeto do Neiva.
E, indo mais longe, em declarações ao jornal “O Vilaverdense”, informou que uma dessas praias poderá ser junto ao local onde esta segunda-feira decorreu a cerimónia de assinatura de protocolo (Espaço Viver e Aprender em Ambiente Natural, em Goães), uma pretensão demonstrada, também, pela presidente da Câmara Municipal de Vila Verde.
Contando com financiamento de cerca de um milhão de euros, o projeto de renaturalização do rio Neiva compreende diversas ações de recuperação e conservação no percurso do rio e margens, no interior da União de Freguesias da Ribeira do Neiva.
A intervenção inclui a recuperação de açudes e uma ponte românica, a criação de zonas de lazer e a eliminação de potenciais riscos de poluição, numa abrangência territorial de 33,76 km2 de área da Ribeira do Neiva, integrando as antigas freguesias de Duas Igrejas, Rio Mau, Goães, Godinhaços, Pedregais, Azões e Portela das Cabras.
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Com Emílio Costa (CO 1179)
