A central sindical CGTP-IN prometeu mais contestação e exigiu um aumento geral intercalar do salário “ainda este ano” e uma subida de 10% dos vencimentos com “o mínimo de 100 euros” em 2023.
“Exigimos o aumento geral intercalar dos salários ainda este ano e que em 2023 o aumento seja de 10% com um mínimo de 100 euros”, disse a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, no final da manifestação que juntou milhares de pessoas em Lisboa.
Promovida pela central sindical CGTP-IN e com o lema “Aumentos dos salários e pensões – emergência nacional! Contra o aumento do custo de vida e o ataque aos direitos”, a manifestação realizou-se entre o Cais do Sodré e o Rossio.
No protesto participaram sindicatos de vários sectores, desde educação, comércio, serviços, autarquias, polícias, saúde, cultura e hotelaria, além de reformados.
Isabel Camarinha considerou que a única justificação para o Governo não aumentar “já os salários” e subir em 10% os vencimentos em 2023 “é a exploração”, frisando que “o brutal aumento do custo de vida” exige esta subida.
“Para os que dizem que é muito, que vem aí uma espiral inflacionista, afirmamos que a dita espiral já cá está, que é insuportável, que começam a faltar bens e serviços essenciais juntamente com outros a que tínhamos acesso, e estão cada vez mais comprometidos. Não falamos de luxo, falamos do básico que permita viver com dignidade, que permite a realização pessoal de cada um”, precisou.
No seu discurso, afirmou que a CGTP exige também um aumento do salário mínimo ainda este ano para os 800 euros e em janeiro de 2023 para os 850 euros.
Para a secretária-geral da central sindical, os 760 euros que o Governo propõe para o próximo ano significam “677 euros líquidos”.
“É hora de acabar com os salários de miséria”, sustentou, pedindo também um aumento das pensões, uma regulação dos preços dos bens e serviços essenciais, fixação de preços máximos, “tributação dos lucros e de forma mais intensa dos lucros que resultam do aproveitamento da guerra e das sansões”.
Isabel Camarinha disse ainda que “a luta vai continuar e vai aumentar na rua”.
“Una luta que vai continuar e intensificar-se nos locais de trabalho, nas empresas e serviços, no setor privado e público”, afirmou.