O grupo espanhol Zendal, que inaugurou esta sexta-feira em Paredes de Coura uma fábrica capaz de produzir 84 milhões de vacinas anuais, revelou que pretende ali criar um pólo biotecnológico, transformando a euro-região em referência mundial.
“Só fazer uma fábrica não é o nosso objectivo. Queremos criar um polo biotecnológico na euro-região [Norte de Portugal – Galiza] que nos coloque no mapa mundial como referência”, afirmou o CEO da empresa com sede em Porriño, Galiza, Andrés Fernández, na cerimónia de inauguração da fábrica da empresa em Paredes de Coura.
O primeiro-ministro, António Costa, elogiou a perspectiva de ser criado, naquele concelho do distrito de Viana do Castelo, “um grande polo biotecnológico do Norte de Portugal e da Galiza”.
Já o presidente da Câmara de Paredes de Coura, Vítor Paulo Pereira, observou que o pólo tecnológico pretendido pela Zendal “vai ganhar músculo e crescer no mundo”.
“Andamos em guerra durante muitos anos, está na altura de esquecer isso, unir esforços. Se a Zendal crescer em Paredes de Coura, também cresce em Porriño [Galiza]. Crescer em Espanha é crescer em Portugal. Crescer em Portugal é crescer em Espanha. Viva a euro-região”, vincou.
O objectivo da fábrica inaugurada esta sexta-feira, situada na zona industrial de Formariz, é “fabricar vacinas em grande escala para a saúde humana”, indica o grupo espanhol numa nota de imprensa.
“É um marco para o grupo biofarmacêutico e também um marco para a biotecnologia da euro-região, visto tratar-se da primeira e única fábrica de produção de vacinas para a saúde humana em Portugal”, assinalou o CEO da empresa, agora implantada num terreno com mais de 50 mil metros quadrados na zona industrial de Formariz.
A fábrica, a primeira da empresa a ser construída fora de Espanha, tem 4.100 metros quadrados, acolhe “áreas técnicas, zona de produção, armazém e escritórios”.
De acordo com a empresa, a nova unidade “inicialmente dará emprego a 30 profissionais, alguns dos quais previamente formados na fábrica da Zendal em O Porriño, Espanha”.
O grupo, que investiu na unidade 25 milhões de euros, espera ainda que esta “sirva de atractivo à expansão do ecossistema biotecnológico da euro-região” Norte de Portugal — Galiza.
Para tal, “foram estabelecidos acordos com a Escola Profissional do Alto Minho Interior (EPRAMI) e o Politécnico de Viana para trabalhos de formação e prevê-se também que se desenvolvam sinergias com centros tecnológicos e universidades portuguesas, tal como a Zendal faz em Espanha”, descreve a empresa.