CRIME (País)

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GNR detém três pessoas e apreende carros, barcos e armas de fogo na investigação dos imigrantes escravizados em Setúbal

Depois da descoberta de imigrantes em Setúbal a viver em condições degradantes e com horários de trabalho excessivos, a GNR confirma que estão detidas três pessoas.


Além disso, a operação também resultou na apreensão de 200 doses de haxixe, 900 euros em numerário e equipamentos eletrónicos como computadores, telemóveis e dispositivos de armazenamento de dados.

Na lista constam, ainda, oito embarcações, 15 veículos, cinco armas de fogo e centenas de munições no combate à angariação e exploração de mão-de-obra estrangeira em Setúbal, Almada e Sesimbra.

As apreensões ocorreram ainda esta terça-feira e, em balanço final, a GNR avança esta quarta-feira que a operação, chamada “Dignitas”, identificou 16 migrantes, entre os 22 e os 69 anos, vítimas de imigração ilegal, angariação de mão-de-obra ilegal e de utilização da atividade de cidadão estrangeiro em situação ilegal.

Todos têm vínculo laboral às empresas investigadas e eram alojados em armazéns do Porto de Sesimbra, sem condições.

Ainda, estavam sujeitos a condições de trabalho precárias, sem qualquer formação ou certificação, ainda mais sendo esta uma «profissão de elevado risco», diz a GNR.

Todas as vítimas já estão temporariamente alojadas devido à colaboração da GNR com diversas entidades.

Na operação, também foi também apreendida documentação relativa à angariação, recrutamento e contratação de imigrantes para a pesca e, ainda, aquela relacionada à atividade e contabilidade das empresas.

O inquérito é da responsabilidade do Departamento de Investigação e Ação Penal Regional de Évora, investigando os crimes de angariação de mão-de-obra ilegal, falsificação de documentos, fraude fiscal, corrupção ativa e passiva e falsidade informática.

Foram feitas, pelas autoridades, 41 buscas, sendo seis domiciliárias e 35 não domiciliárias, em quatro empresas, seis armazéns comerciais, quatro armazéns de apresto, um estabelecimento comercial, dois escritórios de contabilidade e diversas embarcações de pesca e veículos.

No total, a operação contou com 148 militares e apoio de diversas unidades da GNR, da Autoridade Tributária (AT), da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) e de equipas multidisciplinares para a assistência a vítimas de tráfico de seres humanos da Associação para o Planeamento da Família (APF).

Os detidos serão hoje interrogados.

ovilaverdense@gmail.com

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