Insultava, pontapeava e ameaçava a ex-mulher, com quem viveu, em Loureira, em Vila Verde, de Setembro de 2010 até ao ano de 2017.
Fernando Malheiro está acusado dos crimes de violência doméstica, extorsão, nas formas, continuada e tentada, e violação. Começou, agora, a ser julgado no Tribunal de Braga.
De acordo com o Ministério Público, chamava “porca, p… e vaca” à companheira, com frequência, mas não se ficava por aqui, pois dava-lhe pontapés e puxava-a pelos cabelos.
Em 2013, em Valença, ameaçou-a, num parque infantil, dizendo que lhe punha uma corrente ao pescoço, para a “esganar e matar”, e repetiu aqueles três insultos.
Em Maio, vinham ambos de Freiriz, quando ele lhe pediu cinco mil euros. Como ela disse «não!», agarrou-a e bateu-lhe com a cabeça no tablier, dizendo que a “ia matar”.
Em Julho de 2015, pegou no telemóvel dela e pôs-se a enviar mensagens a amigos, sem autorização. Um deles respondeu, dizendo: “olá desaparecida!”. O que foi razão suficiente para que Fernando lhe desse vários pontapés, no corpo e nas costas, e tenha tentado meter-lhe o aparelho na boca. Que, de seguida, atirou contra a parede, espatifando-o.
Em Outubro, voltou a pedir-lhe dinheiro e, também, o empréstimo do carro. Como ela não anuiu, deu-lhe mais pontapés e atirou-a contra um carro estacionado à porta de casa, pertença de um vizinho.
CARRO DESTRUÍDO
Farta da violência, a vítima separou-se, mas nem por isso o seu calvário terminou. Perseguia-a, insultando-a, pedindo-lhe dinheiro e dizendo que a mataria, bem como a um filho dela, menor de idade. Ia a sua casa e ao local de trabalho, exigir dinheiro e ameaçar.
Em Dezembro de 2017, foi ter com ela, que já tinha namorado, junto ao estádio de Braga, ameaçar os dois, tendo tentado beijá-la. Dias depois, tocou-lhe à campainha e quando ela abriu, atirou-se para cima dela, tentando manter relações sexuais, só não o fazendo – acrescenta a acusação – porque ela resistiu.
Em Março de 2018, destruiu-lhe o carro e mandou-lhe um SMS a perguntar: “gostaste?” De resto, era frequente o envio de mensagens, com dizeres do género: “tu vais acabar mal!”.
O homem acabou detido pela GNR local e ficou proibido de manter contacto com a mulher, quer em casa quer no trabalho. Foi-lhe então apreendida uma espingarda de pressão de ar.
Do processo consta ainda uma queixa que Fernando fez contra a mulher, por violência doméstica, dizendo que ela o agrediu, arranhando-o no rosto. A queixa foi arquivada pelo MP.