OPINIÃO -

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Fátima, sempre foi, já é e será sempre mais (35). Os lugares e as pessoas são as verdadeiras fontes da verdade

No decorrer das aparições muitos fenómenos aconteceram que perturbaram muitas mentes, pois não era fácil acreditar, de imediato nos relatos daquelas humildes criancinhas, não sendo fácil apurar a verdade, mas a condução do processo partiu do Divino, como afirmou, em outubro de 1942, o cardeal Cerejeira: «Não foi a Igreja que impôs Fátima, mas foi Fátima que se impôs à Igreja.» Foi um processo muito complexo, muito tenso para se chegar à consagração destes acontecimentos milagrosos.

O pároco de Fátima – 1917

O Prior, Pe. Manuel Marques Ferreira, na altura, pároco de Fátima, tinha uma conduta muito rigorosa, um caráter resistente, guiando e impondo regras aos seus paroquianos que eram acatadas com toda a humildade. Não era movido por “preconceitos ideológicos ou pessoais, sendo um sacerdote zeloso, piedoso, exigente consigo como se via sê-lo com os outros.” Foi, inicialmente, o centro de todos aqueles que desejavam chegar à verdade, desde os pais dos pastorinhos e tantos outros. Ele próprio, não descansou enquanto não sentisse o verdadeiro sinal de Deus. Rezou muito, pedindo à Divina Providência que o guiasse naquela árdua tarefa. Foi demasiado exigente para com os videntes, fazendo-lhes o seu primeiro inquérito por sua própria iniciativa e tantas outras diligências, pois desejava obter provas seguras, dizendo que «antes taxado de difícil do que ridiculamente crédulo.»

Após os acontecimentos ocorridos no dia 13 de outubro, verificou que, realmente, tudo era mais sério do que aquilo que pairava na sua mente. As suas dúvidas foram desvanecidas, pedindo ao seu superior hierárquico, Sua Eminência, o senhor Cardeal Patriarca de Lisboa, que o guiasse no “governo da sua paróquia”, surgindo, ainda no ano de 1917, o primeiro processo oficial das Aparições de Fátima.

O Padre Manuel Marques Ferreira foi sempre um sacerdote íntegro e nunca quis influenciar fosse quem fosse. Durante algum tempo conservou-se um pouco à margem dos acontecimentos, interiorizando-os apenas, mas ouvindo sempre as pessoas e atento a tudo o que se estava a passar. Ele mesmo disse: «Se a minha ausência como pároco no local da aparição se fez sentir aos crentes, a minha presença não menos se faria sentir aos descrentes em desprimor da verdade dos factos. A Virgem Maria não precisa da presença do pároco para mostrar a sua bondade e é necessário que os inimigos da religião não possam deslustrar o brilho da Sua Benevolência atribuindo a crença dos povos à presença ou conselho do pároco porque a fé é um dom de Deus e não dos padres… Julguei sempre de meu dever mostrar-me indiferente enquanto não houvesse provas evidentes ou a Igreja não falasse.»

O Administrador – 1917

O concelho de Vila Nova de Ourém, no tempo das Aparições, era uma região singular, onde havia a pequena indústria, em que a cerâmica e a serração da madeira de pinho sobressaíam, e a pequena propriedade com uma vida rural muito acentuada.

No meio deste contexto ambiental, surge Artur de Oliveira Santos, simples proprietário de uma oficina de latoaria onde ele próprio labutava, mas perspicaz e atento sempre a outras perspetivas. O povo das aldeias, inclusivamente o de Fátima, era profundamente religioso/católico, cumprindo os seus deveres cristãos, mas na sede do concelho e arredores havia já um forte anticlericalismo, provindo da propaganda da Carbonária (sociedade secreta de origem italiana fundada em Portugal por volta de 1822) e da Maçonaria (também uma sociedade secreta). Foi neste ambiente que viveu Artur Oliveira Santos que foi administrador do Concelho de Vila Nova de Ourém, tornando-se antirreligioso, sendo o primeiro a tratar o caso das Aparições, que vamos falar posteriormente, fazendo tudo para abafar este tão grandioso acontecimento.

Principal fonte destas crónicas: “Fátima Altar do Mundo”, 3 volumes, sob a direção literária do Dr. João Ameal da Academia Portuguesa da História…

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