Faltam menos de quatro semanas para as eleições autárquicas.
Conhecendo eu os principais candidatos, e sabendo que têm competência para o efeito, espero que nos dias de que ainda dispõem pela frente eles invistam muito do seu esforço em dar a conhecer os seus projectos para os próximos quatro anos. E conto que os projectos que eles venham a apresentar sejam claramente alternativos. É disso que precisamos, clareza nas opções políticas de continuidade e/ou de ruptura, para que todos os Vilaverdenses possam fazer a sua opção de voto no dia 26 deste mês.
Dentro do projeto global e estruturado que os seis candidatos certamente apresentarão, há um domínio que me preocupa sobremaneira: o ambiente.
A minha última crónica tinha como título “A COVID é uma onda, as alterações climáticas um tsunami”. É claro para mim que este é o nosso maior desafio colectivo. Para a minha geração em particular, mais do que um desafio é uma obrigação. É mesmo um imperativo de consciência saber que legado deixamos para os mais novos e para os vindouros.
Assim, do meu ponto de vista, a discussão da política autárquica não pode passar ao lado deste tema tão central do nosso tempo. Bem pelo contrário, a política ambiental tem de estar no centro do debate autárquico.
Em jeito de sugestão, diria que seria importante que, sem ruído de outras questões, se dedicasse uma semana exclusivamente a este tema.
Se o tema for tratado de forma integrada verão que uma semana até se torna pouco.
Naturalmente, os programas eleitorais terão de abarcar muitos outros sectores, igualmente importantes (rede viária, educação, saúde, economia, cultura, urbanismo…).
Todavia, atrevo-me a deixar para reflexão de todos, cidadãos e candidatos, algumas questões que poderão ajudar a orientar parte do debate eleitoral nas próximas semanas, neste caso no que ao ambiente diz respeito.
Como aproveitar os nossos rios, com particular destaque para o Homem, o Neiva, o Vade e o Cávado?
Como gerir a nossa floresta?
Como prevenir os incêndios?
Como valorizar os percursos de montanha, sem penalizar a natureza?
Como tratar melhor os resíduos sólidos e urbanos?
Como gerir a rede de saneamento?
Que políticas de reciclagem?
Como potenciar as energias alternativas no concelho?
Que tipo de agricultura incentivar para que se favoreça a sustentabilidade ambiental?
Como evitar o desperdício da água?
A estas questões poderíamos acrescentar muitas outras. O tempo de se fazer este debate é agora, quer porque estamos em pleno processo eleitoral quer porque a natureza não esperará pelos atrasados da nossa acção.
E se o debate for bem aproveitado, surgirão soluções interessantes e mobilizar-se-á a nossa comunidade para, em conjunto, enfrentarmos aquele que é, como referi acima, o nosso maior desafio colectivo.