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Alterações climáticas: o planeta em risco

Está a decorrer em Glasgow, na Escócia, a cimeira do clima, reunindo especialistas, activistas e políticos. A ideia central é descarbonizar e impedir o aquecimento global.

A UE está na dianteira, os EUA regressam (o que é uma óptima notícia) a China (maior produtor de CO2), a Rússia e o Brasil não comparecem e os países “em vias de desenvolvimento” pedem, justamente, uma resposta justa e ambiciosa através de um aumento das transferências de recursos das economias ricas para as pobres.

Estamos, provavelmente, perante a última oportunidade para agir de forma a reverter o desastre anunciado.

Não, não é alarmismo. A comunidade científica não tem dúvidas sobre as consequências. O diagnóstico está feito há muito tempo e o caminho para evitarmos a tragédia é claro: reduzir de forma drástica as emissões de gases com efeito de estufa.

Para o alcançarmos, é forçoso que mudemos a estrutura das fontes energéticas utilizadas. De preferência, eliminando todos os combustíveis fósseis ou, em alternativa, reduzindo a sua utilização a valores completamente residuais.

Este desiderato só será alcançado se os países tiverem uma ação conjunta e determinada e com o empenho de cada um de nós. Temos de ser melhores consumidores (consumindo menos e fazendo melhores opções) e temos de ser ativistas, pressionando os poderes públicos e económicos que nos governam.

Só que, quer ao nível dos governos, quer ao nível dos consumidores, há desigualdades flagrantes.

Há governos que estão verdadeiramente empenhados em contribuir para a solução, outros que apenas o fingem estar e outros, ainda, que simplesmente ignoram o problema.

No que respeita aos cidadãos, temos enormes desequilíbrios. No mundo dito “mais desenvolvido” a opinião pública começa a estar mais sensibilizada e a pressionar os poderes políticos e económicos para uma nova abordagem. Em contraponto há milhões de humanos a viver sem quaisquer possibilidades de agir, quer por razão da sua situação (muitos, infelizmente, apenas conseguem lutar pela sua sobrevivência), quer por estarem em países cujos regimes são ditaduras ou democracias iliberais, impedindo-os, assim, de agir contra os poderes instalados.

Não me cansarei de reafirmar que, de uma forma mais geral, a luta pela sustentabilidade ambiental, na defesa do uso dos recursos naturais de forma responsável, de maneira a não os esgotarmos e, assim, poderem ser usados pelas próximas gerações, e, de uma forma mais particular, a luta contra o aquecimento do planeta, mais do que um desafio é uma obrigação ética.

Estamos perante um imperativo de consciência saber que legado deixaremos às gerações mais novas e aos vindouros.

Saibamos honrar a nossa viagem neste planeta!

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