OPINIÃO –

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Coronavírus: sensatez e cautela sim, alarmismo não

No espaço de cerca de um mês, de “simples infeção chinesa” passou rapidamente a uma epidemia de grande escala em território chinês e, hoje, é já uma pandemia (palavra da minha responsabilidade).

A Organização Mundial de Saúde ainda não a declarou como pandemia, mas basta estarmos atentos a todas as definições possíveis para concluirmos que assim é.

Estamos perante um problema à escala planetária, o qual deve ser abordado com a maior objectividade possível, sem alarmismos mas com uma grande dose de sensatez e de cautela.

O problema é sério. Em tão pouco tempo, temos quase 100.000 contagiados, mais de 3.000 mortos e já mais de 78 países afetados! E infelizmente os números continuam a aumentar a toda a hora.

Não é por acaso que temos, em todo mundo, cancelamentos de grandes iniciativas culturais ou desportivas, fecho de várias unidades de produção, bolsas em queda, planos de contingência, encerramentos de escolas e universidades, cancelamentos de voos, restrições nas viagens, quarentenas…

Tudo isto surge porque o vírus se transmite a grande velocidade e, essencialmente, por estarmos perante um terreno desconhecido, em que não é possível prever todos os seus verdadeiros efeitos.

Acabado de surgir, o Covid-19 já está entre os 3 vírus que mais impacto tiveram na saúde mundial nos últimos 50 anos e poderá ser o que maior impacto terá na economia global nesse mesmo período.

E como devemos reagir individual e colectivamente ao problema?

O pânico é a pior reacção possível. Isso prejudicaria respostas adequadas e eficazes, numa altura em que Portugal acabou de conhecer os primeiros casos.

Cada um de nós terá de ser responsável pelas suas acções, mudar alguns comportamentos sociais e acima de tudo ouvir atentamente e, obviamente, respeitar as autoridades de saúde.

Genericamente, tenho apreciado positivamente a postura dos responsáveis de saúde, que me parecem estar a dar a informação de forma clara e honesta (condição indispensável para nos sentirmos confiantes).

Estou esperançado que a comunicação social, em particular a de grandes audiências e em horários nobres, dê um forte e decisivo contributo no atenuar das dificuldades que estão à porta. Espero que dediquem mais espaço à informação fundamental, com especialistas capazes de esclarecer com solidez científica e não fiquem pela especulação e pela informação “bombástica” na procura desenfreada de audiências. Os tempos impõem responsabilidade de todos. Que haja mais informação substantiva e menos sensacionalista.

A evolução e as consequências desta pandemia poderá depender da forma como os poderes decidam actuar, da responsabilidade que cada um de nós assuma perante o colectivo e, certamente, de como o próprio vírus se vier a comportar.

Sensatez e cautela sim, alarmismo não!

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