Um foco local de COVID 19 lançou o caos em Vila Verde. Dói a alma ver praticamente deserta uma terra cheia de vida. O alarme social é evidente.
Esta situação obriga quer as entidades oficiais quer os cidadãos a assumir responsabilidades.
As autoridades locais têm a obrigação de não permitir actividades que proporcionem ajuntamentos e têm de promover junto das entidades competentes a vigilância e a punição dos infractores.
E para nós cidadãos só há um caminho a seguir: muita responsabilidade, muito rigor nos comportamentos e termos sempre presente que cada um de nós é um potencial portador e transmissor. A solução não é ficarmos fechados a sete chaves em casa, mas temos de estar conscientes que estamos perante um momento muito delicado.
E qual foi o comportamento das autoridades de saúde e das autoridades políticas locais nesta fase?
Quanto às autoridades de saúde parecem estar a fazer bem o seu trabalho, promovendo testes em abundância e tentando cortar cadeias de transmissão.
Quanto às entidades políticas há para todos os gostos. O primeiro a reagir foi José Morais através de vídeo com posições muito equilibradas (quiçá demasiado equilibradas), alertando para a gravidade da situação e apelando à serenidade e ao bom senso de todos.
Quase em simultâneo, o CDS através de Paulo Marques tomou várias posições públicas. Muito assertivo na comunicação, denunciou vários aspectos em que a autarquia esteve menos bem na gestão da crise. Apesar de um ou outro exagero, foi o político que, para o bem e para o mal, mais se destacou neste período.
Já a Câmara, que tem um papel muito difícil nestas circunstâncias, esteve bem ao não criar um alarmismo exagerado, mas terá demorado a dar informação pública e terá levado muito tempo a agir e nem sempre o fazendo com determinação.
Pelas notícias vindas a público, a Câmara tem aspectos a corrigir:
1. não pode levar mais de uma semana para reunir com as autoridades de saúde após haver estabelecimentos comerciais fechados e só fazê-lo depois da oposição reclamar informação. Podemos ter perdido uma semana importante no esclarecimento e no combate ao malfadado vírus;
2. ao não cancelar a feira das velharias, deu um sinal errado aos cidadãos e permitiu aglomerações com repercussões negativas na saúde pública e na imagem concelhia;
3. já deveria existir um plano para ajudar os pequenos e médios empresários, principalmente ligados ao comércio local e às feiras que estão a ser muito afectados, e já deveria ter sido feito, junto do poder central, o pedido de apoios extraordinários para os sectores mais atingidos;
Consoante for a determinação do poder político e a nossa forma de actuar individualmente, tanto podemos ultrapassar a crise rapidamente e sem grandes sobressaltos como podemos arrastá-la penosamente por muito tempo.