A Câmara Municipal de Esposende aprovou esta quinta-feira, por unanimidade, em reunião de Executivo, uma moção a reivindicar a construção de um novo hospital que sirva a população de Esposende e de Barcelos e com um modelo de gestão integralmente público.
Esta posição, apresentada pelo presidente do município, o social-democrata Benjamim Pereira, decorre da articulação e conjugação de interesses entre as autarquias e as assembleias municipais dos dois concelhos, que abarca um conjunto de projectos em áreas diversificadas, nomeadamente a construção com “urgência” de um novo hospital, que responda às necessidades de saúde das populações, “garantindo o modelo de gestão integralmente público”.
Assinalando que compete ao Estado assegurar os serviços básicos de saúde às populações e, por conseguinte, as necessárias infra-estruturas e demais recursos nesta matéria, Benjamim Pereira lembra que o concelho de Esposende, com aproximadamente 35 mil habitantes, não dispõe de um hospital público – conta apenas dois hospitais privados – sendo servido pelo Hospital de Santa Maria Maior, de Barcelos, o qual “apresenta carências e fragilidades, desde logo a perda de valências que tem vindo a acentuar-se ao longo dos últimos anos”.
A moção recorda o encerramento da maternidade, em 2006, o fecho do Hospital de Dia Oncológico, em 2018, e do serviço de urgência nocturno de pediatria, em 2020, e, mais recentemente, o encerramento do internamento pediátrico, notando que estes encerramentos obrigam os utentes a recorrer a outras unidades hospitalares.
A necessidade de um novo hospital é sustentada também pelas “elevadas carências” do serviço de urgência, nomeadamente ao nível de espaço e falta de condições para acolher os doentes, o que implica, por exemplo, que tenham de permanecer vários dias em macas aguardando internamento.
“A tudo isto acresce a carência de profissionais de saúde, que se reflecte negativamente no atendimento e prestação de cuidados aos utentes, refere a moção, vincando que se impõe uma melhor e mais eficaz resposta da rede pública hospitalar nos concelhos de Esposende e de Barcelos”, refere ainda a moção, sublinhando que ambos os municípios querem não só um hospital eu atenda às necessidades de saúde das populações, mas com um modelo de gestão “integralmente público”.
“O município de Esposende está, como sempre esteve, disposto a continuar a defender os interesses de todos os esposendenses, nesta e em todas as matérias, com rigor, seriedade e responsabilidade”, refere Benjamim Pereira nesta moção, a qual é agora apresentada ao Governo, aos grupos parlamentares e aos membros da Assembleia Municipal de Esposende, bem como à Assembleia e Câmara Municipal de Barcelos.
LEGENDA: Os 35 mil habitantes de Esposende não dispõem de um hospital público