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Fátima, sempre foi, já é e será sempre mais (43). Os lugares e as pessoas são as verdadeiras fontes da verdade

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Na crónica anterior, deixei-vos a narração do Cónego Formigão acerca do que presenciou na Aparição do dia 13 de Outubro. Agora vou transcrever a narração que o Doutor José Maria de Proença de Almeida Garrett, lente jubilado da Universidade de Coimbra, nos deixou, publicada pelo Visconde de Montelo no opúsculo «Os episódios Maravilhosos de Fátima», editado na Guarda, em 1921, pela Empresa Veritas, a saber:

«Vou relatar, de uma maneira breve e concisa, sem frases que velem a verdade, o que vi em Fátima no dia 13 de Outubro de 1917. (…) Cheguei ao meio-dia. A chuva que desde a manhã caía persistente, tocada de um vento agreste, prosseguia, irritante, na ameaça de querer tudo liquefazer.

Quedei-me na estrada ao abrigo da capota do automóvel e um pouco sobranceiro ao local que diziam ser o da aparição, não ousando meter-me no lamaçal barrento e pegajoso no campo frescamente lavrado. Estaria a pouco mais de cem metros de elevados postes que uma tosca cruz encimava, vendo distintamente, em redor deles, o largo círculo de gente… 

  Pouco depois de uma hora, chegaram as crianças a quem a Virgem (garantiam elas) marcara lugar, dia e hora da aparição. Ouviam-se os cânticos entoados pelo povo que as cercava.

Numa determinada altura, esta larga massa, confusa e compacta, fechou os guarda-chuvas e descobriu-se, num gesto que devia ser de humildade ou respeito, mas que me deixou surpreso e admirado, porque a chuva, numa continuidade cega, molhava agora cabeças, encharcava e ensopava. Disseram-me depois que esta gente, que acabou por ajoelhar na lama, tinha obedecido à voz de uma criança (Lúcia).

Devia ser uma e meia (treze e meia) quando se ergueu, no local preciso onde estavam as crianças, uma coluna de fumo, delgada, ténue e azulada, que subiu direita até dois metros, talvez, acima das cabeças para, nesta altura, se esvair. Durou este fenómeno, perfeitamente visível a olho nu, alguns segundos, voltando a repetir-se mais duas vezes. (…) Pessoas dignas de fé afirmaram-me que era de uso produzir-se o acontecimento do dia 13 dos cinco meses anteriores…

Eram quase duas horas. O Sol antes tinha rompido, ovante, a densa camada de nuvens que o tivera escondido, para brilhar clara e intensamente. Voltei-me para este íman que atraía todos os olhares e pude vê-lo semelhante a um disco de bordo nítido e aresta viva, luminosa e luzente, mas sem magoar.(…) Era uma cor muito clara, ativa e rica e com cambiantes, tendo como que o oriente de uma pérola (…) Maravilhoso é que, durante longo tempo, se pudesse fixar o astro labareda de luz e brasa de calor, sem uma dor nos olhos e sem um deslumbramento na retina que cegasse. Este fenómeno com duas breves interrupções em que o Sol bravio arremessou os seus raios mais coruscantes (fulgurantes) e refulgentes e que obrigaram a desviar o olhar, devia ter durado cerca de dez minutos.

Este disco nacarado tinha a vertigem do movimento… Girava sobre si mesmo numa velocidade arrebatada. 

De repente, ouve-se um clamor, como que um grito de angústia de todo aquele povo. O Sol, conservando a celeridade da sua rotação, destaca-se do firmamento e sanguíneo avança sobre a terra, ameaçando esmagar-nos com o peso da sua ígnea e ingente mó. São momentos de impressão terrífica. 

Estando a fixar o Sol, notei que tudo escurecia à minha volta… Os objetos, o céu e a camada atmosférica tinham a mesma cor roxeada. Na Fátima a atmosfera, embora roxa, continuou transparente… As pessoas pareciam doentes e com icterícia, mas tudo, de repente, voltou ao normal. (…) Devo fazer a afirmação de que nunca, nem antes nem depois do dia 13 de Outubro, vi iguais fenómenos solares ou atmosféricos.»

Principal fonte destas crónicas: “Fátima Altar do Mundo”, 3 volumes, sob a direção literária do Dr. João Ameal da Academia Portuguesa da História; direção artística de Luís Reis Santos, historiador de arte e diretor do Museu Machado de Castro, Coimbra…

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