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Fátima, sempre foi, já é e será sempre mais (64)

Por Salvador de Sousa

Fátima tornou-se o centro religioso por excelência

A mensagem de Fátima rapidamente se espalhou por todo o mundo, mormente por todo o espaço que, na altura, se denominava Império Português. A peregrinação do dia 13 de maio de 1942, comemoração dos 25 anos das Aparições na Cova da Iria, foi prova disso em que a juventude católica, em número aproximado de 8.000, apareceu em força, além de outros peregrinos de todas as classes sociais que chegavam à Serra de Aire fatigados da sua longa caminhada que se fazia por vias com obstáculos difíceis de romper, caminhos e carreiros íngremes, cheios de pedregulhos e de uma vegetação pouco favorável, e se ajoelhavam no recinto lamacento e começavam a rezar o Terço do Rosário.

Com o lema “de joelhos Portugal” fez-se, a seguir, a chamada dos presentes oriundos de vários continentes, onde Portugal estava presente e transmitiu a mensagem de Nossa Senhora aos Pastorinhos, com a seguinte prece: «Intima-te a voz da juventude, na hora maior da Graça de Deus, nesta nossa terra abençoada de Santa Maria. De joelhos, mãos postas. Está Nossa Senhora a presidir. E rezemos todos, pela noite fora, diante do Altar de Cristo Sacramentado. Lausperene da Casa Lusitana.» Esta aclamação foi dirigida, sobretudo, aos 8.000 jovens da Ação Católica das mais diversas zonas do espaço português no mundo: ilhas atlânticas, Madeira e Açores; Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe e da Guiné; Angola e Moçambique; Índia, Goa, Damão e Diu; Macau e Timor e, ainda, aos soldados que defendiam a Nação Portuguesa…

Este vigésimo quinto aniversário das Aparições, dia 13 de maio de 1942, festejou também a enigmática coincidência da sagração episcopal do Papa Pio XII que, como já se disse em crónica anterior, foi precisamente no dia 13 de Maio de 1917, com certeza, no mesmo momento que Nossa Senhora falou aos três pastorinhos. Comemoração de “um duplo jubileu” com a presença de todo o Episcopado português e da inumerável presença de fiéis de todos os cantos do país, assistindo, com inabalável fé, a tudo aquilo que nesse dia memorável acontecia no “Coração espiritual de Portugal”, lugar Santo da Cova da Iria. O Cardeal Patriarca de Lisboa, referindo-se ao acontecimento, disse em determinada altura da sua homilia: «Providencial coincidência reuniu no mesmo dia a receção da plenitude do sacerdócio daquele que Deus preparava para dirigir a barca de Pedro nos tempestuosos tempos que correm (guerra mundial…) e a primeira Aparição de Nossa Senhora do Rosário neste mesmo lugar, com uma mensagem para o mundo, cujo alcance se não pode medir ainda…

Fátima ainda não disse a Portugal e ao mundo todo o seu segredo. Mas não parecerá excessivo dizer que o que já revelou a Portugal – é sinal e penhor do que reserva ao mundo.

Não tem o vocabulário português outra palavra para significar o que aqui se tem passado de há vinte e cinco anos a esta parte, senão esta: milagre!»

Nesse mesmo dia, em simultâneo com os 500.000 fiéis reunidos da Cova da Iria num “extraordinário ato de prece e de gratidão, os portugueses residentes em Roma oravam na igreja de Santo António dos Portugueses e no Pontifício Colégio Português, louvando e bendizendo ao Senhor por todas as graças concedidas e que, naquela data, estavam a comemorar. Estas cerimónias foram presididas pelo Cardeal Pellegrinetti e o decano do Sacro Colégio, Cardeal Granito Pignatelli di Belmonte.

No período de 1943 a 1945, em plena 2ª guerra mundial, Fátima foi palco de várias iniciativas religiosas e culturais. Começaram a surgir as primeiras peregrinações internacionais organizadas: Ferrol (Galiza), Barcelona e Salamanca (1943); Vigo, Tui, S. Tiago de Compostela, Segóvia, Madrid, Valência, Badajoz e Canárias (1944). Aumentaram os cursos de formação católica, encontros espirituais (retiros) para bispos e sacerdotes, médicos, juízes, engenheiros, membros da ação católica e tantos outros. O Congresso Mariológico Luso-Espanhol, dinamizado pela Sociedade Mariológica Espanhola realizou-se, em Fátima, de 12 a 16 de julho de 1944, sob o tema “O Coração Imaculado de Maria”. Foi recebida, no Santuário, a Rainha Dona Amélia de Portugal, no dia 8 de junho de 1945, sendo celebrada uma missa pelo Bispo de Leiria, com a sua presença, na Capela das Aparições.

Principal fonte destas crónicas: “Fátima Altar do Mundo”, 3 volumes, sob a direção literária do Dr. João Ameal da Academia Portuguesa da História…

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