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Fátima, sempre foi, já é e será sempre mais (83). A Imagem Peregrina por terras da Bélgica

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Por Salvador Sousa

No dia 2 de agosto de 1947, a Imagem Peregrina entra na fronteira da Bélgica, encontrando uma enorme multidão de joelhos que, juntamente com o Bispo de Tournai, guardou um minuto de silêncio. Uma cena extraordinária, momentos transcendentais, parecendo uma verdadeira aparição, como conta o Cónego Carlos de Azevedo que acompanhou de perto estas peregrinações.

O povo de Tournai acolheu a Imagem que encarnava no espírito daquela gente a verdadeira Mãe do Céu, Nossa Senhora de Fátima, sendo recebida como Soberana pelas autoridades locais, ouvindo-se “as salvas de vinte e um tiros de canhão,” ao ponto de um jornalista referir o seguinte: «Nunca nenhuma festa profana seria capaz de despertar tanta alegria. Nunca semelhante entusiasmo animou o povo de Tournai.»

A cidade de Charleroi, conhecida, na altura, “por Pays Noir por ser a terra das minas de carvão e notória pela sua irreligiosidade”, foi completamente transfigurada espiritualmente com a passagem de uma Imagem reveladora da Divinal presença invisível, mas reveladora de um autêntico ambiente onde se realizaram inúmeros prodígios. Os confessionários eram insuficientes para que tantos filhos de Deus pudessem desabafar junto de um sacerdote as suas mágoas que, de repente, começaram a afetar o seu íntimo. “Autênticos filhos pródigos que regressaram à casa paterna” e que se ajoelhavam nas ruas e praças perante os sacerdotes que iam encontrando, sendo inédito na história da Igreja todo o improviso em que os balcões de casas comerciais eram preparados com dignificantes toalhas de linho ou de qualquer outro tecido, para servir de mesa da comunhão.

Um sacerdote, sem se apresentar como tal, fez um inquérito rigoroso a jornalistas, médicos, donas de casa, estudantes, vendedoras das praças locais e a tantas outras profissões sobre o que sentiam após a passagem da Imagem naquela cidade de Charleroi, chegando à conclusão que a localidade se tornou uma das mais crentes da Bélgica com uma grande fé ao Santíssimo Sacramento. Conta o autor das descrições destas peregrinações que um sacerdote de Tongres (Tongeren), durante uma semana, dormia, apenas, cinco horas para ir ao encontro de tanta gente que queria o perdão da sua tão longa descrença em Deus.

A imagem continuou a sua peregrinação por terras belgas, passando por Namur, localidade situada na junção dos rios Sambre e Mosa, onde, ao longo da sua ponte, a esperava uma gigantesca multidão com entusiamo e muita fé, rezando, cantando e dando expressão pura da sua entrega à Virgem de Fátima.

Liège, uma das grandes cidades da Bélgica, rica em património medieval, mas muito industrializada, foi muita afetada, na altura, pela guerra. É intitulada a “Cidade do Santíssimo Sacramento, pois diz-se que partiu dela o pedido, através de uma freira agostiniana, Juliana de Liège, para a instituição da festa do Corpo de Deus que foi formalizada por Urbano IV no século XIII. Foi aqui que Nossa Senhora de Fátima também foi recebida entre uma multidão que rezava, chorava e cantava, aclamando a Virgem Maria, entoando o Credo, o Magnificat…

Diz um articulista: «Por toda a parte onde passa, Nossa Senhora de Fátima cura as almas, os corações e os corpos… são os enfermos cheios de fé, de confiança e abandono…vi, também, homens e mulheres pedirem perdão das suas faltas e caírem, subitamente, aos pés de ministros de Deus a receberem a absolvição.» Outro articulista, perante 667 enfermos que recebiam a bênção do Santíssimo Sacramento, afirmava: «Confesso que nunca vi quadro tão grandioso nem espetáculo tão colorido.»

A Imagem Peregrina percorreu várias regiões mineiras da Bélgica onde foi levar a luz de Cristo àquelas gentes tão afastadas do trilho da fé em Deus. Em Sommage, Bastogne e Sereing foi recebida com forte animação e entusiasmo, sendo os operários a tomar conta do andor e transportá-lo, carinhosamente, até aos destinos estipulados, confiantes na proteção da Virgem Santíssima e em que todos cantavam o Ave de Fátima ensaiado pelo sacerdote que acompanhava o cortejo. Levaram a Imagem à mina de maior profundidade, cerca de mil metros, sendo aí celebrada uma missa perante um cartaz bem visível que dizia: «Nossa Senhora de Fátima, protegei os mineiros.»

Estas regiões, com fama de descrença no Divino, uniram-se, irmanadas na mesma fé, com patrões e operários, ajoelhados, a cantar e a rezar perante a presença da Imagem prodigiosa, despedindo-se com enorme emoção, tendo presentes as transformações operadas nas suas mentes.

Principal fonte destas crónicas: “Fátima Altar do Mundo”, 3 volumes, sob a direção literária do Dr. João Ameal da Academia Portuguesa da História…

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