O vereador centrista do Câmara de Braga, está preocupado com “a falta de investimento” nos meios de segurança e socorro na capital do Minho. Mota considera que “há uma bomba relógio que ninguém quer saber e no dia que ela rebentar a culpa morrerá solteira” e diz apreensivo com “o olhar míope do centralismo governativo não permite ver muito mais que Lisboa e Porto”.
O vereador da maioria PSD/CDS/PPM propõe que 50% dos cerca de dois milhões de euros gastos durante estes últimos quatro anos, por parte da câmara municipal em publicidade, outdoors, comunicação social e impressões seja, a partir de Outubro até 2025, para investir em cada corporação de bombeiros e na protecção civil municipal, assegurando o combate e prevenção.
Para Francisco Mota é ainda “fundamental que o município procure responder à estratégia nacional de protecção civil preventiva”, publicada recentemente pelo governo em diário da república, e que procure “um reforço de dotação orçamental para investimento de 1% do orçamento total da câmara municipal”.
“Com o crescimento exponencial da cidade no número de residentes, um crescimento de visitantes com o aumento de turismo e ainda um acentuar de fluxos diários com os concelhos limítrofes, deveriam levar as entidades locais e centrais do Estado, a um reforço de meios para responder às necessidades prementes de segurança e socorro em Braga”.
“OLHAR MÍOPE”
O autarca do CDS diz-se apreensivo “por um lado o olhar míope do centralismo governativo não permite ver muito mais que Lisboa e Porto, o que implica que sejamos relegados ao abandono por entidades como o ministério da administração interna, INEM ou autoridade nacional de protecção civil” afirma.
“O reforço de investimento nesta área de actuação num dos concelhos que mais cresceu nos últimos anos é zero ou próximo disso”, acusa, acrescentando que “são matérias de segundo plano para o poder político, que não dão visibilidade eleitoral e que infelizmente não têm a sindicância e a voz quer de deputados ou câmara municipal nos locais próprios”.
“Se no caso do INEM, PSP e GNR a dependência é clara da vontade do governo, assim como o reconhecimento de uma Polícia Municipal com o mesmo estatuto de Lisboa e Porto, por parte do município tem que haver uma aposta prioritária quer nos bombeiros sapadores, assim como nos bombeiros voluntários através do reforço de meios humanos e materiais”.
“INACEITÁVEL”
Segundo Francisco Mota “é inaceitável que os corpos de bombeiros de Braga tenham veículos obsoletos, decadentes e que muitas vezes quando chegam ao teatro de operações não conseguem corresponder às necessidades tendo que ser reforçados por corporações do distrito”.
“Basta olharmos para concelhos vizinhos e percebemos que a falta de investimento é gritante. Os bracarenses merecem ver a segurança e o socorro como prioridade, ainda para mais com o novo modelo de operacionalização da protecção civil por CIMs, Braga perderá capacidade de operacionalidade disponível na sua área de actuação”, refere.
“É premente aquisição de novas viaturas como auto-escada, carro de desencarceramento, cisterna, carros de combate a incêndios urbanos e florestais e ainda aquisição de equipamentos de protecção individual, assim como abertura de uma nova recruta no caso dos Bombeiros Sapadores de Braga”.
E o vereador remata: “É de se louvar o trabalho feito por todos estes homens e mulheres que, muitas vezes com parcos recursos, conseguem ainda assim dar resposta a muitos dos anseios dos bracarenses ao nível da segurança e do socorro”.