JUSTIÇA

JUSTIÇA -

Homem condenado a 22 anos de prisão por assassinar a mulher

Um homem de 56 anos foi hoje condenado a 22 anos de prisão, pelo Tribunal Judicial de Leiria, por homicídio da mulher, em maio de 2024, no concelho de Porto de Mós.

O juízes condenaram o arguido, ainda, a pagar 30 mil euros pela perceção da morte, 100 mil euros pelo dano morte e 70 mil euros pelo dano moral aos dois filhos, ambos maiores de idade.

O homem, em prisão preventiva, também irá indemnizar a Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra em 74.106,17 euros e a ULS da Região de Leiria em 105,31 euros.

O crime ocorreu em maio de 2024, quando a mulher do arguido lhe comunicou que queria separar-se. No dia seguinte, 25 de maio, o homem, em anexo de residência, atingiu a mulher na cabeça, várias vezes, com uma maceta de ferro. Quando esta se tentou defender, ele atingiu-a em diferentes partes do corpo.

Quando a mulher caiu ao chão, o homem continuou com as pancadas, em número não apurado, mas não inferior a doze.

Depois de estar certo da morte da mulher, o detido telefonou para o 112, pedindo a polícia, dizendo que tinha matado a mulher, de forma percetível e audível.

Com uma faca, de seguida, atingiu-se a si mesmo com cortes no pescoço.

Embora o Ministério Público tenha acusado o arguido de agir com ciúmes, uma vez que a relação dos dois estaria distante, o tribunal não o deu como provado.

O homem disse, em tribunal, que não se lembrava de matar a mulher e acusou-a de o atacar primeiro. Confirmou ter ligado ao 112, mas negou ter-se cortado.

Na leitura do acórdão, a presidente do tribunal coletivo disse que o homem «é livre de dizer o que entender e trazer as versões mais irrealistas» para destacar que «a versão que o senhor trouxe é aquilo que se costuma dizer ‘não tem pés nem cabeça’».

«Essa versão não convenceu de longe o tribunal, não convence ninguém», apontou a juíza, destacando que o homem se esqueceu da chamada do 112, que foi ouvida três vezes na audiência.

A magistrada judicial apontou que, o homem, «além de estragar a sua vida (…), deixou dois jovens que são os seus filhos» e que «têm consciência do que se passou».

«Realmente, trazer versões dessas perante um tribunal, é fazer de nós todos mentecaptos. O que o senhor disse é impossível», continuou. «Os seus filhos podiam merecer um pouco mais de consideração», concluiu.

ovilaverdense@gmail.com

Partilhe este artigo no Facebook
Twitter
OUTRAS NOTÍCIAS

PUBLICIDADE