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Imprensa europeia destaca vitória da AD e fala de “terramoto político” com subida da extrema-direita

A imprensa europeia destaca, esta segunda-feira, a vitória da AD nas eleições em Portugal destacando a crise no PS e a subida do Chega classificado em alguns jornais como “partido populista” e de extrema-direita.

Em Espanha, o portal do jornal El Pais escreve que a coligação conservadora (AD) venceu as eleições em Portugal acrescentando que a extrema-direita “ganhou terreno”.

“O Partido Socialista sofre um revés histórico que leva à demissão do líder, Pedro Nuno Santos”, escreveu o El Pais na edição eletrónica desta segunda-feira.

O enviado especial às eleições do jornal La Vanguardia, Anxo Lugilde, escreveu que 51 anos depois da Revolução dos Cravos, os conservadores, os liberais e “ultras” obtiveram mais de dois terços dos deputados e 61% dos votos, num resultado sem precedentes.

“O grande beneficiário deste movimento sísmico é o primeiro-ministro, o conservador Luís Montenegro, que aproveitou o escândalo da sua empresa de consultoria para consolidar a fraca posição face aos socialistas, que estão tão em baixo que (…) empataram com o Chega, do ultra-conservador André Ventura, o outro grande vencedor”, escreveu o La Vanguadia.

O jornal espanhol, da região da Catalunha, escreve que André Ventura capitalizou usando “um discurso solto, de hábil demagogo, de futebolista experiente e de apresentador de ‘talk-shows’ televisivos, contra a corrupção do sistema bipartidário tradicional, a imigração e os ciganos”.

“Os problemas de saúde de Ventura no final da campanha, com dois espasmos gástricos que o obrigaram a suspender eventos, aumentaram a omnipresença mediática, independentemente das insuficiências de um partido que, sem ele, parecia sem cabeça”, acrescentou.

TERRAMOTO POLÍTICO

O longo artigo do enviado especial do La Vanguardia referiu que o líder do Chega voltou a ser o “mestre da campanha eleitoral”, mas sublinhou que “o grande vencedor” foi Luís Montenegro, que “transmitiu a convicção de que não se deixaria abater pelo caso da empresa de consultoria da sua família, que foi paga por empresas ligadas ao Estado quando já era primeiro-ministro”.

O portal do El Mundo escreveu que ocorreu um “terramoto político em Portugal”. 

“O sistema bipartidário que dominou a cena portuguesa desde a Revolução dos Cravos (1974) desmoronou-se ontem (domingo) como um castelo de cartas. A repetição das eleições legislativas um ano depois das últimas produziu um resultado completamente diferente”, lê-se.

O artigo do jornal espanhol ABC titula que o conservador Luís Montenegro venceu em Portugal, “mas sem maioria absoluta”.

DESMAIOS DE VENTURA

Em França, o portal do jornal Le Monde notícia a vitória da AD e escreveu que o Partido Socialista, foi o grande perdedor das eleições.

No artigo refere a subida eleitoral do Chega referindo-se aos episódios da campanha eleitoral portuguesa.

“O presidente (do Chega), André Ventura, viu a campanha interrompida por dois desmaios em frente às câmaras de televisão, mas parecia estar em melhor forma quando votou no domingo. Para tirar partido das contrariedades do primeiro-ministro e do afluxo de trabalhadores migrantes do sul da Ásia, o presidente do partido insistiu na retórica tradicional dos partidos populistas contra a corrupção das elites políticas e dos imigrantes”, escreve o Le Monde.

O jornal Guardian, do Reino Unido, titula a vitória da AD e destacou o aumento de votos do Chega, “formado há seis anos” e que “tem procurado capitalizar a insatisfação generalizada com os principais partidos de esquerda e direita de Portugal, numa altura em que o país continua a sofrer uma crise de habitação, um aumento dos preços das rendas e dos imóveis, sistemas de saúde e de educação em dificuldades”

“Em janeiro, o partido de Ventura expulsou um dos deputados do partido depois de este ter sido acusado de roubar malas em vários aeroportos. Outro membro do partido (Chega) foi apanhado a conduzir embriagado no mesmo mês, enquanto um terceiro foi acusado de pagar sexo oral a um menor, que na altura tinha 15 anos”, recordou.

ovilaverdense@gmail.com

Com Porto Canal

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