OPINIÃO

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Natal, mesmo em confinamento, nunca deixará de ser Natal

A pandemia obrigou-nos a reinventar a nossa forma de viver.

O desafio tem sido grande e extenuante: famílias afastadas, amores adiados, amizades separadas, partidas definitivas não acompanhadas, datas importantes mal celebradas e a angústia sempre presente, face às dúvidas quanto à sobrevivência física e/ou económica.

Quem não passou por algo disto nestes últimos meses?

Agora, parece estarmos no momento em que atingimos o pico de casos positivos e do cansaço físico e psicológico!
Isto é, todos os efeitos nefastos do vírus se conjugam nesta mesma altura, o que torna a situação global mais dramática. 

Para contrariar esta conjugação negativa, surge uma força enorme que nos é dada pela ciência: a vacina, que é já uma realidade, traz-nos a esperança que 2021 será o ano do controlo da pandemia.

Este encontro temporal entre o pico pandémico que referi e o surgimento da vacina, determinam, em grande parte, a forma como vamos celebrar o Natal neste ano.

Para mim esta é, sem dúvida alguma, a melhor época do ano. Mesmo já faltando à mesa muitos dos que ainda cá deviam estar, é sempre reconfortante sentir a paz e a presença plena da família, mesmo quando tal não é possível sê-lo presencialmente com todos.

E creiam que o Natal é muito mais do que uma celebração cristã. 

Mesmo para os que não o sejam, nesta data transborda toda uma vivência social e cultural que também os marca. Ninguém fica indiferente.

O pico pandémico, fará com que o Natal seja diferente de todos os que já vivemos. Estaremos mais sós, sem o encanto de sempre pela ausência das grandes reuniões familiares. Será, contudo, uma boa oportunidade para, em espírito natalício, nos centrarmos no essencial.

Com a luz ao fundo do túnel, ou seja, com a vacina aí à porta, aproveitemos o facto de termos circunstâncias diferentes de anos anteriores para abrandarmos a voracidade consumista em que se tem transformado esta data. 

Será um tempo perfeito para usufruirmos da companhia dos mais próximos e de valorizarmos aqueles que não poderão estar presentes, por efeitos das regras restritivas que certamente estarão em vigor quando chegarem os dias 24 e 25 de Dezembro.

Tentemos viver este Natal, muito particular, no espírito da mensagem que nos coloca perante a humildade de um menino que nasce numa manjedoura, despojado de bens e de coração totalmente aberto e disponível para o seu semelhante.

Apesar dos constrangimentos, espero conseguir continuar a vivenciar a magia com que o faço desde que nasci. E espero que todos vocês o possam fazer da mesma forma.

Tudo isto porque Natal, mesmo em confinamento, nunca deixará de ser Natal.

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