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Obrigado, USF Maria da Fonte

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Foi em agosto de 2016 que iniciei funções na USF Maria da Fonte do ACeS Cávado II Gerês/Cabreira. Encontrei, então, uma equipa que tinha iniciado o seu caminho enquanto USF há poucos meses, coordenada, na altura, pelo Dr. Francisco Lopes. Foi ele o principal impulsionador que esteve na génese da USF, a quem, carinhosamente, sempre apelidamos de “pai da USF” e que lançou as bases para a construção de uma equipa que, sempre se alicerçou na boa relação entre os seus profissionais, a sua marca distintiva.

Em 2018, assumi a coordenação da USF, função que se arrastou pela pandemia, até ao ano 2021. Confesso que nunca fez parte dos meus projetos de vida assumir funções desta natureza, muito menos numa fase tão precoce do meu percurso profissional. Felizmente, tive a sorte de coordenar uma equipa de profissionais de excelência e, tão ou mais importante do que isso, geradores de um bom ambiente e com espírito de equipa. Assumi a coordenação da USF numa fase difícil para a unidade, onde tivemos de trabalhar vários meses sem dois médicos. Foram meses que implicaram uma maior necessidade de organização e grande sacrifício de forma a proporcionar a melhor resposta possível aos nossos utentes. É de facto, nos momentos de crise que se sente a força de uma equipa e, isso foi notório até pela forma como, mesmo nessa altura mais crítica, conseguimos melhorar os nossos indicadores de saúde.

O foco da USF sempre foi o seu desenvolvimento organizacional e a melhoria dos seus indicadores de saúde. Para conseguir esses intentos, é importante que as equipas se disponham à mudança: de formas de trabalho e de organização, abandonando “vícios” antigos e alinhando-se com novas formas de funcionamento. Felizmente, a equipa da USF Maria da Fonte sempre teve, e continua a ter, uma forte capacidade de aceitação da mudança. Equipas avessas à mudança normalmente param no tempo, estagnam, não crescem nem se desenvolvem, não inovam. Foi esta capacidade  que marcou o rumo da USF e a ajudou a seguir o seu caminho de desenvolvimento.

Vivi na USF Maria da Fonte os melhores momentos da minha vida profissional.

Quando era estudante de Medicina ouvi, muitas vezes, citarem que “nada do que é humano é estranho ao médico.” E assim é: naquele gabinete 9 da USF Maria da Fonte eu ri. Chorei também. Ouvi histórias. Histórias clínicas. Mas muitas histórias de vida. Vidas difíceis, por vezes. Criei laços, fui amigo e procurei ser empático. Fui escuta sempre que pude e enquanto o tempo, implacável, me permitia. Fui também silêncio. Porque há silêncios que cicatrizam as feridas. Da alma; de dentro. Às vezes, ouvir, olhar ou, simplesmente, sorrir é tudo o que esperam de nós. Foi nesta USF que tive o prazer de cuidar da minha lista de utentes. Da primeira que tive a meu cuidado e com quem estabeleci uma ligação que considero bonita. Que bom que foi! Foi também, aqui, que passei, talvez, as horas mais desafiantes e mais felizes da minha vida profissional. Fui bem tratado. Bem acolhido. Fui mimado, acarinhado e só posso agradecer: Aos utentes pelo carinho e amizade. Aos colegas e a toda a equipa, médicos, enfermeiras, secretários clínicos e assistentes operacionais, meus companheiros, que foram, para mim, uma família. Uma segunda família que me fez sentir sempre em casa. Obrigado aos profissionais do Centro de Saúde e à Póvoa de Lanhoso, terra que aprendi a amar! Obrigado aos Povoenses que conheci e de quem cuidei. E obrigado àquela a que nos habituámos a chamar de melhor USF do Mundo, a USF Maria da Fonte!

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