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Presidente da República alerta para a pobreza e saúde mental

Na já habitual mensagem divulgada no dia de Natal, através do Jornal de Notícias, o Presidente da República aproveita o ciclo pré-eleitoral para pedir “que, no meio de tantas proclamações de médio e longo prazo”, o país se lembre dos mais desfavorecidos no curtíssimo prazo. Chama ainda a atenção para “aqueles que mais sofreram e sofrem em pandemia”, os “mais pobres, doentes, vulneráveis, abandonados, esquecidos, excluídos, marginalizados”.

“Que, no meio de tantas proclamações de médio e longo prazo, nos lembremos deles no curtíssimo prazo. Nestes dias – e deveriam ser todos de todos os anos – em que Natal, para eles, não significa o que simboliza para milhares e milhares de famílias reunidas num fim de semana longo de busca de uma parte do tempo perdido”, salienta.

O chefe de Estado pede também uma reflexão sobre a saúde mental, uma área da saúde “cronicamente irmã pobre de tantas outras”.

“Pobreza – em sentido amplíssimo – e saúde mental – em vastíssima amplitude, também. Vale a pena não fazer de conta de que há Natal que possa passar ao lado delas. Natal e para além dele”, assinala.

Marcelo Rebelo de Sousa defende que a consciência colectiva para “os ignorados e omitidos da sociedade” e aqueles que “mais sentiram as descompensações psicossociológicas da pandemia” não pode terminar “no dia 26 ou no dia 2 de Janeiro”.

“Porque os milhões de que falamos serão os mesmos nesses dias 26 e 2. E sê-lo-ão, Natal atrás de Natal, e ano atrás de ano, se a memória colectiva continuar curta, como, tantas vezes, tem sido”, salienta igualmente.

Nesta quadra festiva, o Presidente da República apela aos portugueses que despendam “uns minutos para percorrer, como se fosse um filme acelerado, os dias, as semanas e os meses começados em Março de 2020 e ainda não findos” para que “cada qual e muitos, mais ou menos próximos, em conjunto, tomem plena consciência dos abalos das suas vidas”.

“Uns fatais. Outros duríssimos. Outros ainda enormes, mas disfarçados, atenuados, compensados ou parcialmente ultrapassados com novas vidas ou remendos de vida”, indicou.

Apesar de este Natal, ainda com algumas restrições, ser “mais aberto do que o de 2020”, o chefe de Estado refere que “viver um Natal assim é experimentar uma sensação agridoce”, pois “ainda não são os natais de antes da pandemia”.

“Já é, porém, um tempo de reencontro mais próximo, mais partilhado, mais a caminho do sonho que todos acalentam”, salienta ainda.


MENSAGEM NA ÍNTEGRA

“Duas lembranças para o Natal

É quase uma tradição um apontamento – como que bilhete postal – pelas Festas Natalícias.

Cumpro essa prática, uma vez mais, de forma sucinta, mas efusiva.

Recordando o que significa viver um segundo Natal ainda em pandemia.

Mas, apesar das restrições, mais aberto do que o de 2020.

E com vacinação a prosseguir e a ampliar-se à toma de reforço ou terceira, como alguns preferem qualificá-la.

Mais as crianças acima de cinco anos a integrarem o universo dos vacinados.

Isto é, um clima melhor do que o do ano passado.

Viver um Natal assim é experimentar uma sensação agridoce.

Ainda não são os Natais de antes da pandemia.

Já é, porém, um tempo de reencontro mais próximo, mais partilhado, mais a caminho do sonho que todos acalentam.

Neste Natal feito de sensações tão diversas e, em tantas facetas, contraditórias, deixo apenas duas chamadas de atenção.

Uma, para aqueles que mais sofreram e sofrem em pandemia.

Os mais pobres, doentes, vulneráveis, abandonados, esquecidos, excluídos, marginalizados.

Que, no meio de tantas proclamações de médio e longo prazo, nos lembremos deles no curtíssimo prazo. Nestes dias – e deveriam ser todos de todos os anos – em que Natal, para eles, não significa o que simboliza para milhares e milhares de famílias reunidas num fim de semana longo de busca de uma parte do tempo perdido.

Outra chamada de atenção para que, nestes dias, haja uns minutos para percorrer, como se fosse um filme acelerado, os dias, as semanas e os meses começados em Março de 2020 e ainda não findos.

Para que cada qual e muitos, mais ou menos próximos, em conjunto, tomem plena consciência dos abalos das suas vidas.

Uns fatais. Outros duríssimos. Outros ainda enormes, mas disfarçados, atenuados, compensados ou parcialmente ultrapassados com novas vidas ou remendos de vida.

E que tal reflexão abra os nossos espíritos para a importância dessa área da saúde, cronicamente irmã pobre de tantas outras, e chamada saúde mental.

Duas chamadas de atenção.

Agora, em Natal.

Para os ignorados e omitidos da sociedade. Para os que mais sentiram as descompensações psico-sociológicas da pandemia.

Pobreza – em sentido amplíssimo – e Saúde Mental – em vastíssima amplitude, também.

Vale a pena não fazer de conta de que há Natal que possa passar ao lado delas.

Natal e para além dele.

Que a nossa consciência não pode parar no dia 26 ou no dia 2 de Janeiro.

Porque os milhões de que falamos serão os mesmos nesses dias 26 e 2.

E sê-lo-ão, Natal atrás de Natal, e ano atrás de ano, se a memória coletiva continuar curta, como, tantas vezes, tem sido”.

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