O executivo municipal de Vila Verde aprovou esta sexta-feira, com a abstenção do PS, os documentos das Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2019, que prevê um investimento global de cerca de 37,8 milhões de euros. A oposição aponta algumas «más opções políticas» e diz que o executivo mostra «incapacidade» para responder aos desafios do presente.
«Apesar da nossa discordância sobre as opções estratégicas do actual executivo e apesar do de não ter sido cumprida a obrigação legal de ouvir todos os partidos da oposição, conforme previsto no Estatuto da Oposição, o PS decidiu abster-se na votação as Grandes Opções do Plano e Orçamento Municipal para 2019, para que a maioria possa desenvolver o seu programa», explica.
Em comunicado, os socialistas dizem que «tudo fizeram» para «mudar o paradigma político e para que o rumo fosse invertido», tendo apresentado «mais de 100 propostas» e tentado «que fosse aumentado o controlo financeiro da autarquia», mas que «o executivo preferiu continuar com a mesma política que já tem mais de 20 anos».
«A incapacidade que o executivo manifesta em acompanhar os desafios dos novos tempos é uma evidência. Caso para dizer que estamos perante políticos que estão do poder há mais de 20 anos, com as mesmas políticas há mais de 20 anos, desfasados dos novos tempos e incapazes de se renovar, a eles e às suas políticas», frisa.
PREOCUPAÇÃO
O PS mostra «preocupação», uma vez que «o documento, a exemplo dos anos anteriores, não corresponde à realidade financeira do Município, porque não estão previstos mecanismos de aumentar o controlo da gestão das finanças da autarquia e porque prevê um aumento significativo da carga fiscal».
«O documento prevê um aumento da carga fiscal, considerando que estes valores dependem exclusivamente da vontade da maioria autárquica que poderia optar por valores mais baixos», dizem, sublinhando que «o investimento previsto nos orçamentos fica sempre muito longe do que é efectivamente executado».
Além disso, segundo os socialistas, há «a insistência da autarquia numa política assente em muitas festas» em contraponto com a existência de «carências estruturais no concelho e o atraso face aos concelhos vizinhos», «que não permitem que se continue a apostar em Festas com custos exorbitantes como é exemplo flagrante a Gala Namorar Portugal».
Para o PS, «o orçamento promove a discriminação das diversas freguesias do Concelho», pois «há freguesias que são completamente esquecidas». «Este é um orçamento desigual para os vilaverdenses que, por residirem em diferentes locais do concelho, têm tratamentos diferentes», acusam.
ACESSIBILIDADES
Outra crítica prende-se com as acessibilidades. «Este orçamento põe a nu a falta de estratégia do executivo PSD para resolver os problemas rodoviários do Concelho de Vila Verde pois atira a responsabilidades das estradas municipais para o futuro longínquo e incerto e no que diz respeito à Variante à EN101, constata-se que no Orçamento Municipal não consta nem um euro em rubricas associadas à mesma», explica.
No entendimento do PS, «o Município de Vila Verde tem a obrigação de, pelo menos, promover um estudo referente às acessibilidades rodoviárias concelhias, como forma de credibilizar a aspiração de um povo e assim estar em melhores condições de pressionar o governo quanto à necessidade» da Variante à EN 101.
Entendimento diferente tem o executivo PSD, liderado por António Vilela, que diz que este orçamento, «embora alicerçado numa gestão realista, criteriosa e pautada pelo rigor orçamental, incorpora também e principalmente uma estratégia ambiciosa, revelando visão de futuro».