O movimento popular ‘contra a linha de muito alta tensão’ projectada para a Ribeira do Neiva manifestou-se, esta manhã, em Vila Verde, junto ao campo da feira, aproveitando a presença do Secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco, numa conferência sobre ‘Mobilidade’, promovida pela Federação Distrital do PS, na EPATV.
Cerca de três dezenas de populares, empunhando cartazes contra a projectada linha, “pelos impactos muito negativos que terão no meio ambiente e qualidade de vida da população”, recebeu o governante com protestos.
Acabaram recebidos por Frederico Francisco, que assumiu levar o assunto ao seio governamental e agendar uma reunião com a tutela para discutir o tema.
“Com este protesto pretendemos essencialmente ser ouvidos, coisa que não aconteceu até agora. Queremos que a nossa intenção chegue a Lisboa para que possamos ser ouvidos por quem tutela a pasta do Ambiente e também para ser possível reunir com responsáveis da REN e da APA”, explicou um dos rostos do movimento, Marlene Carvalho.
Segundo a popular, a implementação do traçado “vai destruir carvalhais” e “alterará a paisagem” de uma “zona onde há nascentes de três rios”. Marlene Carvalho entende que a Ribeira do Neiva “deixará de ter interesse” para quem ali se quiser instalar, porque “ninguém quer viver num sítio cercado por linhas de alta tensão”.
“Temos a Junta de Freguesia ao nosso lado. A Câmara Municipal diz que também apoia, mas efectivamente, em termos práticos, não tem feito nada até agora”, sublinhou.
À entrada para a conferência, o presidente do PS de Vila Verde, Filipe Silva, disse que este é um “assunto que merece uma análise detalhada” para ser “possível perceber junto das entidades competentes, na fase em que o processo está, aquilo que pode ser alterado, para defender as pessoas da Ribeira do Neiva”.
“Não podemos ignorar aquilo que as populações nos transmitem e, nesse sentido, estaremos cá para analisar o processo e tentar ajudar naquilo que for possível”, disse, sublinhado a necessidade de “conjugar a necessidade de instalação das linhas e a vida dos territórios e das suas pessoas”.
REN “DISPONÍVEL PARA ESCLARECER”
Contactada pelo jornal “O Vilaverdense”, fonte oficial da REN assegurou que a empresa “está, como sempre esteve, disponível” para prestar os esclarecimentos necessários sobre a linha projectada, quer às Câmaras, quer às freguesias abrangidas, dentro dos “timings” do próprio processo.
Tal como temos vindo a noticiar, em causa está a construção de uma linha elétrica de 400 kV (quilovolt), desde Fonte Fria, em território galego, Espanha, até à fronteira portuguesa, com o seu prolongamento à rede elétrica nacional, no âmbito da Rede Nacional de Transporte operada pela empresa REN.
Recentemente, além de uma conferência de imprensa na sede da União de Freguesias da Ribeira do Neiva, a Assembleia Municipal de Vila Verde aprovou uma moção em que se mostra contra a passagem da linha.
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