A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) aprovou a inscrição da Romaria da Senhora da Peneda, no concelho de Arcos de Valdevez no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI).
“Com esta inscrição no INPCI, a DGPC reconhece a importância de que se reveste esta manifestação enquanto reflexo da identidade da comunidade envolvente e a sua profundidade histórica e evidente relação com outras práticas inerentes à comunidade”, sustenta a DGPC numa nota enviada à imprensa.
A classificação da romaria, que remontará à primeira metade do século XIII, foi validada por despacho de 30 de Agosto assinado pela subdiretora do Património Cultural Rita Jerónimo e aguarda publicação em Diário da República (DR).
“O pedido de registo da manifestação foi proposto pela Câmara de Arcos de Valdevez [em 2020], entidade que encetou trabalho de investigação para aprofundar o seu conhecimento e com o objetivo da sua inventariação na plataforma MatrizPCI onde, a partir de agora, o público pode ter acesso a documentação detalhada que caracteriza a ‘Romaria da Senhora da Peneda’”, refere a nota.
A Romaria da Senhora da Peneda “é uma festividade cíclica multissecular com origens prováveis no século XIII. A sua realização, entre 31 de Agosto e 08 de Setembro, tem por cenário o santuário dedicado à Virgem Maria, sob a invocação da Senhora da Peneda, no lugar da Peneda, na freguesia da Gavieira, no concelho de Arcos de Valdevez”.
Naquele “período, romeiros, membros da Confraria de Nossa Senhora da Peneda e crentes dos concelhos circundantes cumprem rituais, envolvendo-se numa experiência espiritual dedicada à Virgem Bendita e milagreira, como os descritos na ficha de inscrição do INPCI”.
“Cumprir a novena ou a meia-novena, assistir às missas, sair em procissão, rezar no altar da Senhora, alugar um ou vários ex-votos, dar nove ou mais voltas ao redor da igreja, visitar as capelas da via-sacra com ex-votos na mão e rezar o terço em surdina são alguns dos rituais que o romeiro realiza e que visam pagar uma ou várias promessas quer por si, quer por algum familiar próximo”, refere a nota da DGPC.
A dimensão profana da celebração “tem também presença e concentra muita população no Largo do Terreiro, junto do Escadório das Virtudes, especialmente a 06 de setembro onde largas centenas de pessoas participam nas danças, nos cantares ao desafio e interpretam músicas populares como viras, chulas ou canas verdes”.
A Romaria atrai milhares de peregrinos até ao alto da montanha, entre eles, muitos oriundos da Galiza,