A Direcção da Organização Regional (DOR) de Braga do PCP afirma que a proposta de Orçamento do Estado que o Governo apresentou “se já era desajustada há cinco meses e mais desajustada é hoje, tendo em conta a degradação da situação nacional e internacional a que se assiste”.
Em nota ao PressMinho/OVilaverdense, os comunistas reafirmaram, esta terça-feira, que o documento socialista agora apresentado “é no fundamental” a proposta que foi rejeitada em Outubro” passado, adiando medidas que “Braga precisa”, por ausência de verbas.
A construção do novo Hospital Barcelos – Esposende, a expansão das instalações do Hospital de Braga, a concretização da linha ferroviária directa entre Braga e Guimarães e o reforço do PART – Plano de Apoio à Redução Tarifária, de forma à implantação da intermodalidade nos transportes públicos no distrito são algumas das “opções fundamentais” esquecidas pelo Governo.
A concretização da variante à EN 14 na travessia da Trofa (Famalicão/Trofa/Maia) e o reforço meios para a Universidade do Minho e para o Instituto Politécnico do Cávado e do Ave são outros investimentos públicos que ficaram de fora do Orçamento de Estado, que é discutida na especialidade entre os dias 23 e 25, voltando ao plenário para a votação final global no dia 27.
A DORBraga critica a recusa do aumento geral dos salários “tão necessário numa região como Braga em que milhares de trabalhadores auferem o salário mínimo nacional”, não promove a valorização das profissões, das carreiras e das pensões e ignora o agravamento do custo de vida, que “já se pressentia no final de 2021, subestimando os valores da inflação e transferindo para cima dos trabalhadores, dos reformados e das MPME, os custos do aumento dos preços de bens e serviços essenciais, com o exemplo gritante da recusa em controlar e fixar preços dos combustíveis”.
GOVERNO PRISIONEIRO DO EURO
Os comunistas frisam que o Governo PS “continua a recusar as soluções defendidas pelo PCP”, soluções que “faltaram há seis meses e continuam a faltar nesta proposta”.
Trata-se, afirmam, de “uma proposta que está prisioneira da submissão às imposições do Euro, que coloca a redução do défice como objectivo primeiro da política orçamental, em detrimento da resposta aos problemas de Braga e do país, como se confirma pelo facto de fixar agora o objectivo de atingir um défice de 1,9%, muito abaixo da previsão que constava da primeira proposta de OE (3,2%).
Para o PCP, “não será nem com esta política nem com este orçamento, que se irão suprir as insuficiências na fixação de médicos, enfermeiros e outros profissionais que todos os dias fazem falta nos equipamentos de saúde da região, nem a falta de professores que se regista em dezenas de escolas, nem a resposta aos problemas da habitação, entre outros”.