“Será que o PS começa a entrar nos carris para a ligação ferroviária directa Braga – Guimarães?”. É a questão que o PCP de Braga coloca a propósito de um projecto de resolução do PS entregue no Parlamento sobre o Plano Ferroviário Nacional (PFN) que inclui a referência a necessidade do estudo da viabilidade de uma linha Braga – Guimarães.
“A confirmação da ausência de um estudo técnico para além de constituir um facto criticável do anterior governo do PS, que encaminhou decisões sem fundamentação técnica, é também um facto criticável dos presidentes de câmara PS e PSD/CDS da região de Braga que têm sido cúmplices do abandono da expansão da ferrovia e das opções do governo PS nesta área”, aponta o partido.
A iniciativa do partido de Pedro Nuno Santos, ex-ministro das Infra-Estruturas, merece as criticas da Direcção Regional de Braga (DOR) dos comunistas desde logo por que ao defender o estudo da viabilidade da ligação ferroviária Braga – Guimarães, o PS “está involuntariamente a confirmar o acerto das duvidas levantadas pelo PCP sobre a ausência de estudos que fundamentassem a exclusão desta ligação do PFN”.
A este propósito, o PCP recorda que o PNF propõe “pouco mais do que autocarros para as deslocações intra-região de Braga, abdicando da expansão da malha ferroviária neste território”. Recorda também que a Ordem dos Engenheiros – Região Norte, sustentou que ligação sobre carris “pode custar 400 ou 450 milhões de euros, menos de metade que os mil milhões que um secretário de Estado do anterior Governo do PS chegou a afirmar publicamente por mero palpite”.
O PCP reitera que os 350 mil habitantes de Braga e Guimarães, num distrito com 850 mil habitantes, “justificam claramente o fecho da malha com ligação ferroviária directa e extensível a Barcelos e Famalicão, na qual o transporte colectivo rodoviário deve rebater, na perspectiva da complementaridade multimodal”.
A proposta de PNF – que abdica da ligação ferroviária em detrimento do BRT- “está muito longe de corresponder às necessidades de desenvolvimento da região de Braga, limitando-se a adiantar intenções mais ou menos abstractas, com datas longínquas ou mesmo sem data, sem prioridades ou calendário, e sem qualquer investimento no reforço da ferrovia para deslocações intra-região”.
“O projecto de resolução do PS, para além evidenciar um criticável taticismo nas posições que este partido assume, não pode ser desenquadrado da exigência de investimento da expansão da ferrovia que populações, autarquias e trabalhadores do sector têm vindo a exprimir e que continuam sem resposta por responsabilidade de PS, PSD, CDS, Chega e IL”, afirma a DOR do PCP bracarense.
A concluir, os comunistas lembram que o seu grupo parlamentar na Assembleia da República “tem vindo a apresentar propostas de investimento com vista à expansão da ferrovia na região e, no plano local, por proposta da CDU, diversas autarquias aprovaram moções reforçando esta reivindicação”.