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Fátima, sempre foi, já é e será sempre mais (44): Os lugares e as pessoas são as verdadeiras fontes da verdade

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O jornal “O Século” esteve representado, no dia 13 de Outubro de 1917, pelo profissional, Avelino de Almeida, que era já um escritor muito conhecido, presente em tudo o que fosse espetacular para captar a atenção dos leitores do jornal que ali o enviara. Foi assim que um homem anticlerical, ao serviço da Maçonaria com o jornal que dirigia “A Lanterna”, retratou tudo o que viu, fornecendo um dos mais relevantes depoimentos publicados em duas versões: a primeira parte foi publicada no jornal “O Século” dois dias após o Providencial acontecimento; a segunda parte foi publicada, a pedido de um seu amigo e condiscípulo no Seminário de Santarém, António de Bastos, em “A Ilustração Portuguesa” intitulada “O Milagre de Fátima e com o subtítulo “ Carta a alguém que pede um testemunho insuspeito”. A escolha deste homem, ateu e ao serviço do jacobinismo, que relatou tudo o que presenciou, foi, na opinião de muitos analistas, enigmática. Teve diversos contratempos dos seus seguidores que “não lhe perdoaram a sua imparcialidade profissional”, pois “viu, ouviu, observou e narrou.” Vou, então, transcrever uma parte do seu testemunho:

 «A chuva cai incessantemente, mas ninguém desespera… grupos de fiéis ajoelham na lama e a Lúcia pede-lhes, ordena que fechem os chapéus. Transmite-se a ordem que é obedecida de pronto sem a mínima relutância. Há gente, muita gente, como que em êxtase; gente comovida… A criança afirma que a Senhora lhe falou mais uma vez e o céu, ainda caliginoso, começa, de súbito, a clarear no alto; a chuva para e pressente-se que o sol vai inundar de luz a paisagem que a manhã invernosa tornou ainda mais triste… 

Assiste-se então a um espetáculo único e inacreditável para quem não foi testemunha dele… vê-se toda a imensa multidão voltar-se para o Sol que se mostra liberto de nuvens no Zénite. O astro lembra uma placa de prata fosca e é possível fitar-lhe o disco sem o mínimo de esforço. Não queima, não cega… Mas eis que um alarido colossal se levanta e aos espetadores que se encontram mais perto se ouve gritar – Milagre! Milagre! Maravilha! Maravilha!… O Sol tremeu, o Sol teve nunca vistos movimentos bruscos, fora de todas as leis cósmicas – o Sol “bailou” segundo a típica expressão dos camponeses…

A seguir perguntaram uns aos outros se viram e o que viram. O maior número que viu a tremura, o bailado do Sol; outros, porém, confessam ter visto o rosto risonho da própria Virgem Maria, juram que o Sol girou sobre si mesmo como uma roda de fogo-de-artifício que ele baixou quase ao ponto de queimar a Terra com os seus raios…Há quem diga que o viu mudar sucessivamente de cor…»

A segunda parte do relato reflete a opinião pessoal de Avelino de Almeida em resposta ao seu amigo dos tempos do Seminário que já não contactava há mais de vinte anos, lembrando-se dos seus tempos de estudante em que partilhavam ideais comuns, mas que se desvaneceram, tornando-se numa antítese a esses valores adquiridos nessa instituição. Ambos sofreram um embate perante tais acontecimentos de Fátima e o seu condiscípulo, perante um certo inconformismo mental, quis colher uma opinião segura, livre de qualquer suspeita, como a do seu amigo que apenas esteve lá como jornalista do jornal “O Século”.

Termino, deixando-vos com uma parte da transcrição dessa resposta:

 «… Foste um crente na tua juventude e deixaste de sê-lo. Pessoas de família arrastaram-te a Fátima, no vagalhão colossal daquele povo que ali se juntou a 13 de Outubro… 

Foi assim que, no dia célebre e tão ansiado, afluíram de perto e de longe a Fátima, arrostando com todos os embaraços e todas as durezas das viagens, milhares e milhares de pessoas… algumas perdendo dias e noites para lá chegarem… Vi ranchos de homens e mulheres…dirigindo-se de véspera para o sítio famoso, cantando hinos sacros, caminhando descalços ao ritmo deles e à recitação cadenciada do Terço do Rosário…» 

Principal fonte destas crónicas: “Fátima Altar do Mundo”, 3 volumes, sob a direção literária do Dr. João Ameal da Academia Portuguesa da História; direção artística de Luís Reis Santos, historiador de arte e diretor do Museu Machado de Castro, Coimbra…

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