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Fátima, sempre foi, já é e será sempre mais (49). Os lugares e as pessoas são as verdadeiras fontes da verdade. A Irmã Lúcia visita Fátima e arredores em maio de 1946

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O cónego José Galamba de Oliveira, que dedica um capítulo, na obra que estou a ler, à história das Aparições de Fátima, acompanhou a Irmã Lúcia, em maio de 1946, numa visita que fez a Fátima e arredores, revivendo a terra que a viu nascer, as suas tarefas, os seus amigos, as suas brincadeiras e, sobretudo, os locais de todos os prodígios que andaram à volta dos acontecimentos divinais de Fátima.

Desde o dia 17 de junho de 1921 em que tinha deixado, com muita saudade e banhada em lágrimas, a sua terra e outros locais queridos para ingressar no internato do Vilar na cidade do Porto e, em 1926, nas Doroteias, em Espanha, ingressando na ordem. Nunca, com certeza, deixou de pensar e de recordar, à distância, todas as maravilhas ocorridas nas terras de Fátima e arredores. Foi assim, antes de entrar numa vida mais contemplativa nas Carmelitas descalças em Coimbra, Carmelo de Santa Teresa/patrono S. José, em 1948, que a Irmã Lúcia, em 1946, como que a despedir-se de todas essas saudosas paragens, veio à sua terra. Não se sabe bem o dia da sua chegada, mas no dia 26 de maio desse ano, à tardinha, saiu do Santuário uma caravana acompanhando a Irmã Lúcia, não faltando a sua irmã Superiora e o próprio, como acima referi, Cónego José Galamba, além de outras pessoas das suas relações mais próximas. 

Tudo isto aconteceu após a bonita e solene cerimónia da coroação da Veneranda Imagem de Nossa Senhora de Fátima na Cova da Iria. Pairava ainda o fervor e o aroma de tanta oração e de tantos gritos de louvor à Virgem Santíssima brotados por uma multidão de fiéis e membros do clero, incluindo o representante do Papa que colocou “ sobre a fronte augusta da imagem da Mãe do Céu a preciosa coroa de oiro e pedraria como símbolo perene de outros dons: a oração, a dor, a súplica, e o reconhecimento das mães e das mulheres de Portugal; o coral imenso da gratidão de uma Pátria prostrada de joelhos e de mãos em prece, ante o altar da Virgem Santíssima…” 

Reviu, com saudade, os locais da sua terra natal: as rochas da Loca santificadas pelo aparecimento do Anjo de Portugal, os locais onde ela e os primos faziam as suas penitências e onde passavam parte dos seus dias, o local das aparições, o cemitério paroquial onde derramou lágrimas de saudade com o rosto encostado ao sepulcro dos primos… Subindo a encosta do Cabeço, lá no alto, local da visão do Anjo, sentou-se ao lado da Superiora e de outros membros do grupo e respondendo às perguntas como tudo o que aconteceu pudesse ser um sonho ou ilusão, disse convictamente: «Não, eu estava bem desperta e a ver como vejo agora V. Reverência» e referindo-se à Comunhão na Loca, acentuou: «Não foi uma visão, nem um fenómeno interior; eu senti na boca e na língua o contacto físico da Sagrada Hóstia.»

Diz o cónego José Galamba que foi um momento marcante da sua vida visitar aqueles locais na companhia da irmã Lúcia, perguntando e ouvindo dela os relatos que lhe saíam da alma e as orações que iam fazendo, em conjunto, ensinadas no deslumbramento de tão divinais acontecimentos.

Passaram por Valinhos, mas o grupo de pessoas era cada vez maior, dificultando um pouco o diálogo com a Vidente, mas, embrenhando-se por atalhos, o cónego lá conseguiu perguntar-lhe:« Olhe cá. A Irmã diz que Nossa Senhora prometeu voltar uma sétima vez. Já voltou? – Já.Pode dizer-me quando e onde? – Posso. É simples.» E como alguém se aproximava disse que contaria logo que pudesse. E assim aconteceu, acentuando que na ida para o Porto, ao passar na Cova da Iria, vira novamente Nossa Senhora ao fundo da pequena encosta onde se encontra hoje a escadaria em frente ao Santuário – «E não lhe disse nada?» – Perguntou o Cónego José Galamba – «Não». Mas, segundo ele e qualquer um de nós pode afirmar que essa aparição silenciosa foi um suculento alimento que lhe deu força para levar por diante a cruz que o Divino Mestre lhe colocava aos ombros.

Principal fonte destas crónicas: “Fátima Altar do Mundo”, 3 volumes, sob a direção literária do Dr. João Ameal da Academia Portuguesa da História; direção artística de Luís Reis Santos, historiador de arte e diretor do Museu Machado de Castro, Coimbra… 

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